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A acusação de lavagem de dinheiro contra o ex-deputado federal e prefeito de Jandaia do Sul, José Borba, gerou na quarta-feira (26) uma discussão que envolveu nove dos dez ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão.

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O revisor do processo, Ricardo Lewandowski, concordou com o relator, Joaquim Barbosa, que o réu cometeu crime de corrupção passiva ao receber R$ 200 mil do esquema montado pelo publicitário Marcos Valério, no fim de 2003. Para Barbosa, o recebimento também caracteriza lavagem de dinheiro, com o que Lewandowski discordou.

Ambos também consideraram verídico o teor da denúncia contra o ex-deputado e prefeito de Jandaia do Sul. Segundo a acusação, ele recebeu a quantia em dinheiro na agência do Banco Rural, em Brasília, em uma operação conturbada. Borba teria se recusado a assinar um recibo do saque e a fazer uma cópia do próprio documento de identidade.

Para concluir a transação, a diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos, teve de viajar de Belo Horizonte a Brasília para se responsabilizar pelo saque. O relator disse que as provas mostraram que houve corrupção, mas não "branqueamento de capitais".

"Isso é a lavagem mais deslavada que eu já vi", contrapôs o ministro Luiz Fux, que ainda não votou sobre as denúncias contra Borba. O presidente do tribunal, Carlos Ayres Britto, citou que há um agravante no episódio. "Mais do que recusar a autoria, ele reputou a autoria a outra pessoa", disse. O único dos ministros a não opinar sobre o assunto foi José Antonio Dias Toffoli.

Durante a fase de apresentação das defesas, o advogado de Borba, Inocêncio Mártires Coelho, negou o recebimento do dinheiro e atacou a credibilidade dos réus que depuseram contra Borba.

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"Tudo leva a crer tratar-se de uma acusação sustentada por uma inverossímil história, na qual uma outra ré [Simone] disse que teria entregue R$ 200 mil a ele, sem recibo e sem anotação. [...] Não há registro, não há anotação, não há o nome, não há a prova material", sustentou o advogado.