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Mão de obra é o desafio

O rápido crescimento do setor de produção de softwares está esbarrando na falta de mão de obra. "Um projeto de software precisa de cinco, seis pessoas pelo menos. O consumo de profissionais pelas empresas do setor é violento", explicou o presidente da Software by Maringá , Sandro Molés da Silva.

O problema foi discutido na semana passada em Maringá, durante o 15º Encontro de Líderes de Arranjos Produtivos Locais (APL) de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do Paraná.

Na ocasião, o presidente da Associação das Empresas Brasileiras da Tecnologia da Informação (Assespro) no estado, Sérgio Yamada, informou que o setor tem uma demanda de 70 mil vagas em todo o país. "No Paraná, há cerca de 1,8 mil vagas só para a área técnica. Os números são preocupantes e a ideia é promover uma atuação conjunta no Estado para capacitar e motivar a inclusão e a permanência de profissionais no setor", reforçou.

Recente pesquisa feita pela APL de Software de Maringá identificou a abertura de quase cem vagas para a área administrativa e de 150 vagas para a área comercial nos próximos 12 meses. Para atender a demanda, os empresários tem apostado na contratação de profissionais de fora e na capacitação de trabalhadores maringaenses. Nos últimos dois anos, cerca de 400 pessoas foram qualificadas por empresas ligadas à APL.

Além da falta de trabalhadores, outro problema tem sido a ausência de profissionais sem diploma. Cerca de 37% das empresas de TI do Brasil não têm nenhum profissional graduado. "Embora a base possa ser constituída de profissionais de nível técnico, somente no nível superior é possível se obter aumento de qualidade e produtividade para superar a escassez de mão deobra", comentou Freud Oliveira, que também atua na área de capacitação de profissionais da APL de Maringá.

Faltam mulheres no mercado

Para a consultora do Sebrae, Erica Sanches, a participação feminina no setor de TI poderia ser maior, o que amenizaria a falta de mão de obra. Segundo levantamento do Sebrae, 92% dos empresários do setor de software são homens , com média de idade de 38 anos. "É necessária a entrada de mulheres para quebrar um pouco esse paradigma e conseguir um número de pessoas capacitadas para o crescimento do setor", declarou.

Nos últimos cinco anos, Maringá vem se tornando um importante polo de Tecnologia da Informação (TI). O número de empresas desenvolvedoras de software no Município cresceu 81% desde 2008, superando os índices estadual (46%) e nacional (42%). É o que aponta o Panorama do Setor de Software do Paraná, pesquisa feita anualmente pelo Sebrae.

O estudo também revelou que as empresas ligadas ao Arranjo Produtivo Local (APL) de Software de Maringá tiveram aumento de 134% no número de funcionários, quantidade muito maior do que o registrado no país (46%) e no estado (75%) no mesmo período.Para o diretor adjunto da Associação das Empresas Brasileiras da Tecnologia da Informação (Assespro), Freud Oliveira, o crescimento do setor em Maringá se deve principalmente à grande comunidade acadêmica (atualmente estimada em 40 mil professores e estudantes), à localização estratégica do município e ao espírito associativista das empresas. "Maringá possui singular capacidade de resposta através de sua sociedade organizada, que dá origem a um ecossistema institucional capaz de grandes mobilizações em favor dos projetos de interesse da região", explicou.

O presidente da Software by Maringá - empresa que coordena a APL do setor no Município - Sandro Molés da Silva, salienta que os altos índices de desenvolvimento só foram atingidos após a aplicação de modelo de organização em APL, em 2007. Para ele, a cooperação entre os empresários permitiu que o setor ganhasse maior apoio logístico e financeiro. "O ambiente maringaense ligado ao associativismo faz tudo dar certo aqui", ressaltou.

Atualmente, a APL de software reúne cerca de 50 associados, gerando mais de 1,5 mil empregos diretos e outros 3 mil indiretos. Em média, as empresas maringaenses do setor de TI tem um crescimento anual de 20% a 30% do faturamento. No entanto, alguns estabelecimentos têm obtido um aumento que supera os 100%. Há também empresas criando unidades em outros estados e até mesmo fora do país, como a DB1 Informática, que no ano passado iniciou a operação de sua filial na Índia.

Atração de investimento

Para Freud Oliveira, o amadurecimento do mercado local também envolve a capacidade que a cidade possui para atração de investimentos de grande vulto, "Isto certamente modificará o patamar de negócios hoje transacionados no setor", explicou.Aos poucos, o polo maringaense vem atraindo cada vez mais atenção de grandes empresas.

É o caso da companhia IBM, gigante multinacional de TI que este ano inaugurou uma estrutura de atendimento em Maringá, a terceira praça do gênero no estado desde o ano passado.

A ação vem gerando frutos. Uma das parceiras da IBM no município é a AMM Paraná, que ampliou sua estrutura de negócios nos últimos meses, inaugurando um novo escritório em Maringá.No mercado paranaense desde 2005, disponibilizando serviços de tecnologia nas áreas de planejamento estratégico, a empresa mais que dobrou de tamanho em 2011, alcançando um crescimento de 120%. Para este ano, a previsão é manter um crescimento de 80%, devido ao amadurecimento do mercado de TI da região de Maringá.

"No ano passado implementamos 28 projetos, o que contribuiu para os números expressivos de 2011, e fez com que a AMM Paraná fosse a empresa mais premiada pela IBM na região Sul",afirmou o diretor comercial da empresa, Andre Góes.

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