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Batidão obrigatório

Por mais tradicionais que sejam, o Corcovado e o Pão de Açúcar precisam estar na programação de quem visita o Rio. As filas são inevitáveis, afinal, são os principais ícones da cidade. Mas a espera vale a pena para curtir visuais consagrados no mundo inteiro.

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Corcovado

O trem que sobe os 710 metros do Corcovado vai lotado. Não raro, o visitante chega pela manhã para conseguir entrada para a hora do almoço. O dia precisa estar limpo para a subida valer a pena: o visual lá de cima é arrebatador. Além da vista, a emoção de estar aos pés de um dos símbolos mais conhecidos do país – e uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo Moderno – compensa a espera. O lugar tem boa infraestrutura de lanchonete, escada rolante e elevadores, o que deixa o acesso confortável. É possível fazer o trecho de carro até a estação de Paineiras e seguir adiante com as vans do parque.

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Serviço

Rua Cosme Velho, 513, Cosme Velho. Saídas de trem a cada meia hora, das 8 às 19 horas. Adultos pagam R$ 46, crianças de 6 a 12 anos e idosos pagam meia tarifa. Informações no site www.tremdocorcovado.com.br.

Pão de Açúcar

A vista de 360º graus que o Pão de Açúcar proporciona é um excelente cartão de visitas do Rio de Janeiro. Lá de cima dá para ver as praias, a marina, o aeroporto, o Cristo Redentor, a região central da cidade, a ponte Rio-Niterói, a Ilha do Governador, a Pedra da Gávea... é só escolher o que conhecer primeiro. Antes, vale registrar em mil fotos todos os ângulos da vista, tomar um café contemplando a paisagem e treinar idiomas estrangeiros de todas as origens: o ponto é um dos lugares mais visitados do Rio.

Serviço

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Av. Pasteur, 520, Urca. Bilheteria das 8 às 19h50. Adultos pagam R$ 53, crianças de 6 a 12 anos pagam R$ 26. Idosos pagam meia entrada. Informações sobre horários no fone (21) 2546-8400 ou no site www.bondinho.com.br.

Serviço

Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Praça Marechal Floriano, s/n, Cinelândia. Visitas guiadas a R$ 10 por pessoa, de terça a sexta-feira, às 11h, 12h, 14h, 15h e 16h. Sábados e feriados, às 11h, 1 2h e 13h. Agendamento de visitas pelos fones (21) 2332-9220 ou 2332-9005. Informações no site www.theatromunicipal.rj.gov.br.

Fundação Biblioteca Nacional

Avenida Rio Branco, 219, Cinelândia. Visitas guiadas a R$ 2 por pessoa, de hora em hora, de segunda a sexta, das 10 às 17 horas. Sábados, domingos e feriados, das 12h30 às 16h30. Informações pelo fone (21) 3095-3879 ou no site www.bn.br/portal.

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Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro

Av. Rio Branco, 199, Cinelândia. De terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas. Sábados, domingos e feriados, das 12 às 17 horas. Entrada franca. Informações no fone (21) 2219-8474 ou no site www.mnba.gov.br.

Amarelinho

Praça Floriano, 55, Cinelândia. Todos os dias, das 10 às 2 da madrugada. Informações pelo fone (21) 2262-3311 ou no site www.amarelinhodacinelandia.com.br.

Confeitaria Colombo

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Rua Gonçalves Dias, 32, Centro. De segunda a sexta-feira, das 9 às 20 horas. Sábados e domingos, das 9 às 17 horas. Informações pelo fone (21) 2505-1500 ou no site www.confeitariacolombo.com.br.

Igreja Nossa Senhora da Candelária

Praça Pio X, s/n. Aberta de segunda a sexta e vésperas de feriados, das 7h30 às 16h. Sábados, das 8 ao meio-dia. Domingos e feriados, das 9 às 13h30. Informações pelo fone (21) 2233-2324.

Mosteiro de São Bento

Rua Dom Gerardo, 40, Centro. Aberto todos os dias, das 7 às 18 horas. Missa com canto gregoriano às 10 horas, no domingo. Informações no fone (21) 2206-8100 ou no site www.osb.org.br/mosteiro.

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Centro Cultural Banco do Brasil

Rua 1º de Março, 66. De terça a domingo, das 9 às 21 horas. Informações no fone (21) 3808-2020 ou no site bb.com.br/cultura.

Igreja Irmandade da Santa Cruz dos Militares

Rua 1º de Março, 36, Centro. Visitas guiadas de segunda a sexta-feira, das 9 às 16h e aos sábados, das 9 à 14 horas. Informações no fone (21) 2509-3879 ou no site www.irmandade.com.br.

Serviço

Rio Scenarium. Rua do Lavradio, 20. De terça a quinta-feira, a partir das 18h30, entradas a R$ 25. Sexta-feira, a partir das 19 horas, entrada a R$ 35. Ao sábados e vésperas de feriado, a partir das 20 horas, entrada a 40. Informações e reservas pelo fone (21) 3147-9000 ou no site www.rioscenarium.com.br.

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Trilha Sonora

Ouça algumas músicas sobre o Rio

"Aquele Abraço", "Corcovado", "Garota de Ipanema", "Rio 40 Graus", "Pão de Açúcar",  "Samba do Avião"

O estilo neo-renascentista italiano predomina na decoração do interior da Igreja da Candelária, no Centro do Rio
A Confeitaria Colombo completa 120 anos em 2014
O Theatro Municipal é uma réplica do teatro de Paris
Música e boemia nas ruas da Lapa: clientela democrática convive em harmonia
Entre os dois estágios do bondinho, espaço para lanche e lojinhas. E o cenário com o Pão de Açúcar
Visual de cartão-postal depois de subir de bondinho até o Morro da Urca
A viagem é feita em três minutos, em cada etapa, proporcionando um passeio panorâmico
Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, inaugurada em 1972, tem 75 metros de altura na parte externa
A cruz grega que fica na cobertura da catedral foi o maior desafio arquitetônico do projeto, idealizado por dom Jaime Câmara
Arte sacra no interior da catedral, como a imagem de São Francisco
Há quatro gigantescos vitrais que ornamentam as paredes da obra e representam as características da Igreja: una, santa (foto), católica e apostólica
A área da Cinelândia concentrou a produção cultural do início do século 20. O Bar Amarelinho, inaugurado à época, abre até as 2 da manhã
O Theatro Municipal do Rio fica na Cinelândia e foi restaurando há três anos, por ocasião do seu centenário
A Igreja da Irmandade de Santa Cruz dos Militares tem peças esculpidas pelo mestre Valentin
A fachada da Igreja da Candelária fica de frente para a Baía de Guanabara, na Praça Pio X
Aos pés do Cristo Redentor: visita emocionante ao maior ícone da paisagem brasileira
Dia limpo é essencial para aproveitar o visual a partir do Corcovado
As ladeiras de Santa Teresa, bairro histórico que oferece restaurantes e lojinhas charmosas
Paço Imperial, na Praça XV: centro nervosos do Brasil Colônia

Poucas cidades brasileiras já foram tão cantadas em prosa e verso do que o Rio de Janeiro. Difícil visitá-lo sem cantarolar uma música diferente em cada canto, a começar pelo Samba do Avião, de Tom Jobim. Razões não faltam: o Rio inspira até mesmo em situações de pobreza e carência, como as comunidades penduradas nos morros. Para o visitante, as opções são tantas quantas as músicas e poesias feitas em homenagem à Cidade Maravilhosa. É possível curtir o Rio até longe da linda orla que vai do Leme ao Pontal.

>> Imagens: veja mais fotos do Rio de Janeiro

Há 250 anos, o Rio de Janeiro era instituído capital federal do Brasil, título que ostentou por 197 anos, entre 1763 e 1960. A cidade recebeu a família real em 1808 e testemunhou a efervescência política e cultural do país desde a época da colonização. Tanta história ficou acumulada nas ruas e no cenário urbano carioca. O Corredor Cultural, no Centro da cidade, é um bom começo para essa viagem ao passado. O projeto de recuperação e revitalização da região começou nos anos 1980 e hoje oferece roteiros urbanos imperdíveis a quem consegue resistir aos apelos da praia e investe tempo em tours históricos.

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A Cinelândia concentra boa parte dos equipamentos que merecem uma visita. O Theatro Municipal, réplica do de Paris, foi restaurado há três anos. A fachada impecável convida para a visita guiada que precisa ser agendada com antecedência. No primeiro domingo do mês, são realizados espetáculos por R$ 1. Na mesma praça, a Biblioteca Nacional tem mais de 6 mil itens e exemplares históricos, como Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Também tem visita guiada por um valor simbólico (R$ 2). Ao lado, ainda é possível entrar no Museu de Belas Artes, o primeiro do gênero do país, com 60 mil peças. Possui a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século 19.

Antes de seguir com o tour, vale um lanche com sabor de história no Amarelinho. O bar foi fundado em 1920, coleciona frequentadores ilustres e muito do passado da Cinelândia, polo da produção cultural do país no início do século 20.

A caminhada pode seguir em direção ao Centro da cidade. Cruzando o Largo da Carioca, lugar de artistas de rua, vendedores ambulantes e muitos pedestres – convém ficar atento à bolsa e pertences – dá para percorrer as ruas estreitas entre prédios de diferentes épocas, como o Convento Santo Antônio, de 1608. Quem não conseguiu petiscar no Amarelinho, pode fazer uma boquinha com as delícias da Confeitaria Colombo. Aberta há quase 120 anos, o lugar já serviu de bêbados a reis, conquistando paladares com um menu refinado e o famoso biscoito Leque, feito com massinha crocante. Dá para preservar a dieta só com a visita aos salões elegantes da confeitaria: espelhos, vitrines com serviços de chá e café em prata serão boas distrações para não atacar os sedutores doces dos balcões.

Fachadas cheias de história

Outra região que concentra história traduzida em torres e tijolos é a área da Praça XV. Antigo lugar de comércio portuário e de escravos, onde chegavam mercadorias e viajantes, a praça teve o perfil alterado depois da mudança da família real para o Paço Imperial. Foi palco de eventos históricos, como as comemorações pela assinatura da Lei Áurea e a partida do imperador para o exílio depois da Proclamação da República. No seu entorno, tem um pouco mais da história do Brasil.

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O Paço Imperial é hoje um centro cultural com livraria, café, oficinas de arte e exposições. Do lado oposto ao píer, há a antiga catedral e a Igreja do Carmo. A ligação entre a igreja, o convento e a casa real era feita por uma passarela suspensa na rua, construída para as funções religiosas e o isolamento de D. Maria, a Louca. As passagens não existem mais, mas os edifícios históricos estão lá.

Seguindo pela Rua 1º de Março, em direção à Candelária, mais história no caminho. A Igreja da Irmandade da Santa Cruz dos Militares, inaugurada em 1811, é exemplo do estilo barroco, com adornos esculpidos em madeira pelo mestre Valentin, importante artista do estilo rocoró do período colonial.. Na mesma rua, a primeira unidade do Banco do Brasil do país divide as instalações com uma agência bancária e um espaço cultural, com salas de exposições permanentes e temporárias, cinema e museu da moeda.

Uma das saídas do Centro Cultural Banco do Brasil, próxima ao Espaço Cultural dos Correios e da Casa França Brasil, fica um dos maiores ícones religiosos do Rio de Janeiro. A Igreja de Nossa Senhora da Candelária, na Praça Pio X, tem a fachada principal voltada para a Baía de Guanabara. A primeira parte da obra, inaugurada em 1811, tinha altares esculpidos por mestre Valentin. O interior vale uma inspeção minuciosa dos murais de João Zeferino da Costa, vitrais, púlpitos, altares secundários e capela, além do revestimento policromado em mármore, em estilo neo-renascentista italiano.

A visita ao Mosteiro São Bento, no fim do circuito, pode ser feita todos os dias, das 7 às 18 horas. Mas a missa das 10 horas aos domingos, oficiada em canto gregoriano, é o ponto alto do lugar. O mosteiro, fundado em 1590 por monges vindos da Bahia, é um dos mais ricos exemplares da arte colonial brasileira. A primeira parte da obra, a capela-mor, ficou pronta em 1671. O interior da igreja é forrado em talha dourada, com detalhes do estilo barroco.

Lapa tem boemia democrática

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Mesmo quem passa o dia torrando na areia não vai deixar de conhecer a Lapa. O lugar, literalmente, ferve nas noites de sexta-feira. Para quem chega ao bairro no fim da tarde, ainda dá tempo de observar os detalhes de uma arquitetura audaciosa, como os Arcos da Lapa, o aqueduto contruído em 1723 para levar água do Rio Carioca do Morro do Desterro ( onde é hoje o bairro de Santa Teresa) para o Morro de Santo Antonio. Com sorte, o visitante consegue flagrar alguns dos muitos antiquários que dominam a região e oferecem outra espécie de divertida viagem no tempo.

Na boca da noite, vale um passeio pelas ruas do bairro, antes de fazer uma peregrinação pelas dezenas de bares, restaurantes e botecos onde samba e chope ditam o ritmo. A região vem sendo revitalizada graças à iniciativa de empresários locais, que apostaram na nostalgia da Lapa como o principal atrativo de seus negócios. Um exemplo é o Rio Scenarium, um dos primeiros bares abertos na fase moderna do bairro. O antiquário deu origem ao restaurante, que atraiu outros investimentos e ajudou a Lapa a ser o que é hoje.

O bairro exala autencidade e democracia. Há restaurantes quase centenários, botequins pé-sujo, elegantes gafieiras, piz­zarias estilosas e choperias descoladas. Tudo é frequentado por uma harmônica e diversificada clientela: profissionais liberais em happy hour, jovens baladeiros, famílias com crianças, idosos solitários, mendigos, prostitutas e travestis.

A jornalista viajou a convite do Rio Convention Visitors Bureau.

Passeios históricos são opção longe da praia

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Rio antigo