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No primeiro semestre deste ano a frota de veículos cresceu 3,2% em Maringá. Enquanto isso, o consumo de etanol caiu 5,52% nos primeiros sete meses do ano, com os motoristas optando por abastecer com gasolina nos postos de combustíveis da cidade: elevação de 11,62%.

Entre janeiro e julho de 2011, o maringaense consumiu 24. 215.100 litros de etanol. No mesmo período deste ano, o consumo despencou para 18.170.152 litros, uma queda de 24,96 %. Enquanto isso, o consumo de gasolina cresceu 16,59 % em comparação ao mesmo período do ano passado. A maior queda do etanol em Maringá neste ano foi registrada em janeiro, quando o consumo do produto diminuiu 32,4%, se comparado a janeiro de 2011, e o da gasolina comum saltou 29,57%. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Para um dos representantes da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica)Sérgio Prado, apesar de o etanol ser cerca de 90% menos poluente do que a gasolina, a questão econômica ainda é preponderante na hora de escolher o combustível. "A vantagem ambiental é fabulosa, mas a pessoa obviamente não se sente confortável gastando mais." De acordo com Prado, 51% da frota leve brasileira já é flex, mas apenas 35% dos consumidores optam pelo etanol.

"O etanol está tendo uma carga maior de impostos. Enquanto o tributo da gasolina é 33%, o etanol é tributado em 31%. Mas é preciso lembrar que o motorista roda 30% menos com o etanol, então, ele está pagando o mesmo imposto para rodar muito menos. O etanol perdeu a competitividade."

Sérgio Prado recorda que, graças a incentivos do governo, o preço da gasolina não sobe há vários anos. "Essa alta que vimos aí nas bombas foi por conta do aumento do preço do etanol que compõe a gasolina. Mas a gasolina mesmo não sobe faz tempo." Prado explica que a alta de preços sofrida pelo etanol nos últimos dois anos se dá por conta da diminuição da oferta do produto frente ao crescimento da demanda. Outro fator importante é o salto sofrido no custo de produção do litro do combustível que foi de R$ 0,70 em 2006, para R$ 1,15 em 2012. "O custo da terra e dos insumos subiu", avalia Prado.

Gasolina corresponde a 70% das vendas dos postos da cidade

O crescimento nas vendas de gasolina é confirmado pelos gerentes de postos de combustíveis de Maringá. Segundo Anderson Rocha, gerente de um estabelecimento na área central da cidade, o aumento do consumo de gasolina e queda do etanol está se acentuando desde março. A alta no preço e a baixa rentabilidade são os principais fatores para a redução do consumo de etanol, segundo Rocha. Por conta disso, ele explica que atualmente a gasolina corresponde a cerca de 70% das vendas do posto.

O percentual é o mesmo em outro estabelecimento. De acordo com o gerente Dalton Pereir, o consumo de gasolina cresceu gradualmente desde o início do ano. "Desde janeiro o preço do etanol só aumentou. Então, não compensa para o consumidor usar um combustível que rende menos." Além disso, o gerente explica que com o valor cobrado pelas distribuidoras a margem de lucro é de cerca de R$ 0,20 por litro para o posto, tanto na venda do etanol quanto na venda da gasolina.

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