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Coração do agronegócio no Paraná, o cooperativismo mostra sua força também fora do campo. Crescendo a taxas chinesas, o sistema forma empresas multibilionárias cujo faturamento supera não apenas a arrecadação dos municípios em que estão instaladas, mas também o orçamento da própria capital do estado.

Em 2012, ano de quebra de safra e crise na pecuária, a receita bruta das cooperativas agropecuárias do Paraná deu um salto de 19% e alcançou a R$ 38,5 bilhões. Para 2013, considerando avanço similar, pode chegar a R$ 45 bilhões. Juntas, as cinco maiores cooperativas faturaram US$ 17,2 bilhões no ano passado, mais do que o dobro da receita das cinco prefeituras que detêm os maiores orçamentos do estado.

Sediada em um município de 87 mil habitantes, a Coamo ostenta faturamento 35 vezes superior ao da prefeitura de Campo Mourão. No ano passado, arrecadou R$ 7,15 bilhões – 40% mais do que a prefeitura de Curitiba. Para fazer frente à maior cooperativa da América Latina, seria preciso somar ao orçamento da capital a receita de Londrina, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Quase sete vezes mais potente que a prefeitura de Palotina, a C.Vale, a segunda do ranking bilionário, tem arrecadação que encobre o saldo das prefeituras de Londrina, Maringá, Araucária e Cascavel.

O segredo do sucesso começa no campo, mas vai muito além da porteira. Passa pelas linhas de produção das agroindústrias e acaba na mesa do consumidor. "Querendo ou não, tudo vai desembocar no varejo. É um ramo de atuação que não estava, originalmente, no nosso DNA, mas que tem sido fundamental", pontua Robson Mafioletti, assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

"No varejo, diferente das outras áreas em que atuamos, não há limitação geográfica. E tem outra virtude muito grande, que é a constância na comercialização", diz o superintendente da área de Negócios da Cocamar, José Cícero Aderaldo. "Nas commodities, a margem bruta às vezes é até superior, mas o faturamento com a venda de grãos fica sujeito à sazonalidade da produção agrícola, o que não ocorre no varejo", reforça Mafioletti.

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