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Má administração de leitos é a causa das filas em Maringá

A fila de pacientes em busca de leitos no Sistema Único de Saúde (SUS), em Maringá, não se deve à falta de leitos, mas sim à má gestão e distribuição das vagas. Foi o que apontou o coordenador-geral da CPI dos Leitos do SUS no Paraná, Jefferson Abade, durante visita ao Hospital Universitário (HU) de Maringá no sábado (20).

Abade visitou os pacientes internados no HU de Maringá e colheu depoimentos. O coordenador se deparou, entre outros casos, com o de uma idosa de 83 anos que aguarda por uma cirurgia ortopédica há 23 dias.

Leia a reportagem completa.

CPI já visitou 11 cidades

A CPI dos Leitos do SUS foi aberta em 27 de abril deste ano e vem apresentando relatórios sobre os problemas detectados na Saúde do Paraná. Até este mês, foram visitadas 19 instituições de saúde em 11 cidades paranaenses.

A CPI dos Leitos do SUS no Paraná vai apurar possíveis negligências de hospitais de Maringá no atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que muitas vezes formam filas em corredores de hospitais à espera de vaga, principalmente na área de ortopedia. O coordenador-geral da CPI dos Leitos, Jefferson Abade, disse em entrevista à Gazeta Maringá na manhã desta segunda-feira (22), que a suspeita de irregularidades na administração das vagas é grande e que, se comprovada, os hospitais poderão responder por omissão de socorro.

"Todas as vezes que a CPI vai a Maringá conseguimos vagas em outros hospitais para as pessoas que estão nas filas do HU. Porque as pessoas não conseguem sem a intervenção da CPI? Precisamos descobrir porque deve ter irregularidades. Embora as pessoas estejam dentro dos hospitais, elas não estão sendo atendidas e isso configura em omissão de socorro", conta Abade.

O presidente da CPI, o deputado Leonardo Paranhos (PSC), reforça a denúncia de que existem irregularidades na administração dos leitos. "Não é necessária a presença dos deputados para as pessoas conseguirem vagas. Vamos fiscalizar os hospitais e temos a concepção de que existem irregularidades".

Segundo Paranhos, a CPI vai ainda denunciar ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) o caso de uma idosa de 81 anos que morreu durante uma cirurgia ortopédica no Hospital Metropolitano, em Sarandi, após esperar 16 dias pelo procedimento.

"Ainda não é possível afirmar se o óbito aconteceu em razão da longa espera pela cirurgia, mas isso deve ser apurado e os culpados responsabilizados na Justiça. Vamos denunciar o caso ainda nesta semana às autoridades competentes e queremos saber por que ela morreu", afirmou o presidente da CPI.

Os deputados se reuniram na manhã desta segunda-feira, em Curitiba, com a Comissão dos Direitos do Consumidor, para discutir o que a CPI apurou em Maringá no sábado (20). Um novo acordo entre os hospitais de Maringá será determinado pelos deputados, ainda nesta semana, segundo a assessoria de imprensa de Paranhos.

Idosa morreu na madrugada de domingo (21)

O Hospital Metropolitano de Sarandi informou que a paciente Maria da Conceição Bernardino, 81 anos, foi transferida do HU de Maringá para o Metropolitano na quinta-feira (18). A cirurgia foi realizada na tarde de sábado (20) e a paciente foi direto para a UTI. Ainda segundo o hospital, na madrugada de domingo (21) ela teve alta e foi para a enfermaria. Na enfermaria, ela morreu durante a madrugada. Os médicos do Metropolitano acreditam que a morte pode ter sido ocasionada devido à idade da paciente.

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