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Com objetivo de conter avanço da doença, "Caravana contra a Dengue" percorre o estado com ações educativas e chega sexta-feira em Maringá | Agência Estadual de Notícias
Com objetivo de conter avanço da doença, "Caravana contra a Dengue" percorre o estado com ações educativas e chega sexta-feira em Maringá| Foto: Agência Estadual de Notícias

Butantan produzirá vacina contra dengue

O Instituto Butantan anunciou nesta segunda-feira (2), que deu início ao desenvolvimento da produção de uma vacina contra dengue. De acordo com o portal de notícias G1, a previsão é que já em 2010 o Brasil possua a vacina para ser utilizada na rede pública de saúde. Segundo o presidente da fundação, Isaias Raw, a produção para os próximos dois anos deve atingir o patamar de 20 a 30 milhões de doses anuais. Com isso, o instituto prevê custos baixos que permitirão que a vacina faça parte do calendário de imunização infantil, sendo obrigatória para crianças de até dois anos.

Nos próximos três meses deverá ser construído um laboratório dentro do Instituto para a produção da vacina em grande escala. O Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) já liberou R$ 5 milhões para o projeto. Até o final, a estimativa é de que R$20 milhões sejam investidos.

Preocupada com a proliferação da dengue, a Prefeitura de Maringá radicalizou no combate à doença: baseada em uma lei municipal, está multando todas as pessoas cuja residência ou comércio apresente focos do mosquito Aedes aegypti. Nos quarenta primeiros dias de 2010, foram onze multas – número igual ao aplicado durante todo o ano passado.

A penalidade, que é imposta nos casos em que os focos são encontrados mais de uma vez, varia entre R$ 175 e R$ 16 mil, conforme o número de criadouros e o histórico do morador ou comerciante. O total de multas deve crescer nos próximos dias, já que há muitos cidadãos foram notificados e, na próxima visita dos agentes de saúde, podem ser penalizados.

A postura firme do poder público se justifica. A cidade confirmou 49 casos de dengue no ano, número que preocupa se comparado ao de 2009, que terminou com 69 registros. Para o secretário municipal de Saúde, Antônio Carlos Nardi, a proliferação da doença tem um responsável principal: a população.

Os principais criadouros do mosquito, segundo ele, não são encontrados em terrenos baldios, mas em vasos de planta e materiais recicláveis, como garrafas pet e potes de iogurte, descartados em quintais. "A população não pode alegar ignorância. A Prefeitura e o Estado têm investido pesado em conscientização, ano após ano. Agora tem que multar."

Nardi, que também preside o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), diz que as pessoas têm uma tendência a relaxar e a se esquecer de eliminar as larvas do mosquito. "Enquanto não há hospitais abarrotados de gente doente, a população acha que a dengue não está presente nem oferece riscos."

O secretário ressalva que, junto do endurecimento da fiscalização, a Prefeitura segue fazendo campanhas de conscientização, sobretudo nas escolas, que retomaram as aulas nesta semana. A cidade também elaborou um mapa da doença, que tenta sensibilizar a população dos bairros em situação mais crítica.

Além dos casos confirmados, Maringá tem ainda 210 pacientes com suspeita de ter contraído a doença. Nardi garante que pelo menos a metade deve ter a contaminação confirmada, já que a notificação só é feita quando os sintomas são bem claros. Por isso, ele prevê que em poucos dias cidade atinja 120 casos, praticamente dobrando a marca do último ano.

Situação no PR preocupa

O mais recente boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) mostra que, até o fim de janeiro, o Paraná teve 150 casos da doença. No mesmo período de 2009, somavam-se 30 confirmações no estado. A Regional de Saúde de Maringá lidera o número de casos confirmados, com 55. Em seguida estão as regionais de Foz de Iguaçu (25) e Londrina (23). Em Curitiba e região metropolitana foram apenas quatro registros.

Considerando apenas os casos autóctones, ou seja, cuja infecção ocorreu dentro do estado, há um aumento de 115% nas ocorrências, na comparação com o mesmo ao mesmo período de 2009.

Ainda de acordo com o último levantamento da Sesa, três cidades da região Noroeste estão entre as cinco com maior índice de infestação do Estado. É o caso de Doutor Camargo (24,6%), Ângulo (13,9%), Astorga (10%). Segundo o secretário de saúde de Doutor Camargo, Marcos Antônio Batista, o índice divulgado não procede e que o erro ocorreu na captação de dados no município. "Tivemos um agente que esteve em vinte propriedades da Vila Rural, onde o índice está alto, e jogou todos os dados no levantamento. Posso dizer que o índice geral da cidade é de 8,7%" explica Batista.

Entre cidades com mais de 100 mil habitantes, o índice de infestação predial de Apucarana também assusta. Enquanto que o limite de tolerância estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OSM) é de 1%, em 7,9% dos imóveis da cidade são encontrados focos do mosquito.

Percebendo a tendência de proliferação da doença, o secretário de saúde do Paraná, Gilberto Martin, e técnicos da Vigilância Sanitária percorrem municípios onde a situação é mais crítica. A "Caravana contra a Dengue", que chega a Maringá na próxima sexta-feira (12), vai realizar palestras para o controle da endemia no estado. Segundo a Secretaria de Saúde, o objetivo é uma mobilização conjunta da sociedade para evitar mortes pela doença.

"Esse aumento no índice de infestação pode ser explicado pelas temperaturas acima da média registradas no estado nesse início do ano e pela quantidade de chuvas também acima do normal. A combinação desses dois fatores é propícia para a reprodução do mosquito. Estamos mantendo o trabalho de orientação e conscientização da população sobre os cuidados para evitar o acúmulo de água nas residências. Municípios das regiões de Maringá, Umuarama e Foz, são os que tem apresentado maiores índices de infestação. São municípios que historicamente tem esse problema devido também as condições climáticas da região", disse Martin.

Já segundo os dados do Ministério da Saúde, os números crescentes vão contra o observado em 2009, quando houve queda nos casos de dengue em todo o Brasil. A retração foi de 34,2% em relação a 2008. A quantia de mortes diminuiu 39%, indo de 491 em 2008 para 298 no ano seguinte.

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