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Dois diretores de uma organização não governamental foram presos na manhã desta terça-feira (28) pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) da Polícia Civil de Maringá. A casa onde funcionava o Centro de Apoio Morada da Luz (Camol), no Jardim Independência, em Sarandi (12 quilômetros de Maringá), foi fechada e outros sete funcionários foram detidos para prestar esclarecimentos.

A instituição, dirigida por Fábio dos Santos Rocha, de 29 anos, e Marly Ondina Avanze Junqueira, 41 anos, pedia doações em dinheiro, por meio de ligações telefônicas, para ajudar famílias pobres da cidade que tinham parentes com câncer. Mensageiros eram enviados até a casa dos doadores para receber o dinheiro. A entidade, sediada em Sarandi, fazia pedidos também para Maringá e Paiçandu.

Segundo a polícia, parte da verba arrecadada era desviada em benefício dos diretores da instituição. A polícia apreendeu também na casa documentos, computadores e celulares. Segundo o delegado responsável pelo Nurce de Maringá, Fernando Ernandes Martins, ainda não foi realizado um levantando para saber a quantia de dinheiro que foi desviada. "Estamos analisando a documentação, pois parece que eles faziam algumas doações realmente, mas apenas para servir de fachada. Acredito que pelo menos 80% do dinheiro arrecadado eram desviados para benefício dos próprios diretores da ONG", afirma.

Outra acusação grave que pesa sobre a Camol é sobre a falta de documentação para funcionamento da entidade. "Toda organização que deseja realizar filantropia precisa estar devidamente cadastrada na Secretaria de Ação Social do município onde atua. Não encontramos registros nem em Sarandi, nem em Maringá, onde eles trabalhavam até janeiro de 2009", conta o delegado Martins.

Marly e Rocha estão sendo indiciados por estelionato e formação de quadrilha. Eles permanecerão presos até as investigações serem concluídas. De acordo com o delegado Martins, o tesoureiro da entidade, José Carlos Junqueira, marido de Marly, também pode ser preso ainda nesta terça-feira, após os depoimentos, caso seja comprovada a sua participação no esquema.

José Carlos Junqueira foi preso em 2008 acusado de estelionato em Curitiba. Segundo o delegado Martins, ele era um dos dirigentes do Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (GAPC), entidade desmascarada pela Polícia Civil de Curitiba no ano passado. "A Camol é dissidente desta ONG, e funcionava nos mesmos moldes", explica.

O delegado alerta aos cidadãos que desejarem fazer doações, para procurar os órgãos de assistência social do município, onde estão disponíveis informações sobre todas as entidades autorizadas a fazer esse tipo de trabalho filantrópico. "Infelizmente ainda existem muitas pessoas que usam a bondade das pessoas para agir de má-fé", fala.

A redação tentou entrar em contato com os advogados dos acusados, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto.

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