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Transportadoras das cidades de Itaberá (SP), Tangará da Serra (MT) e Paranaguá (PR) entraram em contato com a Polícia Civil de Maringá para comunicar que foram vítimas da ação de uma quadrilha que desviava cargas. No último sábado (21), oito pessoas foram presas em flagrante pelo desvio de 250 toneladas de fertilizantes. Segundo o delegado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Eumano Ciriaco, os golpes que as empresas sofreram condizem com a forma de atuação da quadrilha presa.

De acordo com o delegado, os integrantes da quadrilha se apresentavam nas transportadoras como prestadores de serviço, já que as mesmas costumam terceirizar parte dos fretes. Ao chegar à empresa, os bandidos apresentavam documentos falsos e placas adulteradas dos caminhões que utilizariam na viagem. Após o carregamento, o grupo recolocava as placas originais do veículo, o que impedia que o caminhão fosse rastreado.

Em cada ação, o grupo conseguia desviar seis bitrens com cargas variadas. Neste sábado (21), quando o Gaeco prendeu os suspeitos, sete caminhões carregados de fertilizantes foram encontrados. A polícia investiga agora como essa carga era comercializada e quem eram os receptadores.

Os oficiais encontraram, em Maringá, aproximadamente 250 toneladas de fertilizantes. Foi a primeira operação do Gaeco na cidade. Os detidos foram encaminhados para a 9ª Subdivisão de Polícia (SDP).

Denúncia anônimas resultaram na apreensão

O delegado explicou que uma denúncia chegou de forma anônima à polícia na quinta-feira (20) informando que o grupo chegaria a Maringá para aplicar o golpe em uma empresa de fertilizantes localizada no Parque Industrial. Na sequência, oficiais realizaram monitoramento para identificar e vigiar veículos suspeitos. O grupo foi autuado em flagrante assim que tentava deixar a cidade com a carga.

O delegado diz que as pessoas presas são de Curitiba, Araucária e Paranaguá. Segundo ele, o líder entre os presos é Lélio José Tosta, de Paranaguá. O esquema começava quando um informante repassava para o grupo detalhes sobre o transporte de carga de alguma empresa que aconteceria em breve.

O grupo se organizava então para chegar na empresa antes da transportadora contratada para o serviço. Os envolvidos se passavam por funcionários da transportadora para levar a carga embora.

Ciriaco acrescenta que, antes de chegar à empresa, o grupo trocava as placas dos caminhões. Em seguida, realizavam o carregamento da carga e iam embora. Depois, recolocavam as placas supostamente verdadeiras. "Assim, quando a transportadora contratada chegava na empresa, ninguém conseguia localizar a carga", diz. Existe a suspeita de que o grupo também usava notas fiscais frias para fazer o carregamento.

O destino da carga ainda não é conhecido. Segundo Ciriaco, há duas hipóteses: a carga seria levada para algum receptador ou para o porto de Paranaguá. Além disso, o informante do grupo pode ter alguma ligação com a empresa, já que se tratavam de informações privilegiadas sobre o transporte da carga.

Os oito presos vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, adulteração de identificação de veículo automotor e tentativa de furto qualificado. Com base nos exames periciais que o Instituto de Criminalística realizará em breve, o Gaeco vai apurar os crimes relativos às possíveis notas fiscais falsas e ao estelionato.

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