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Maringaense Rossi trocou as artes marciais pela liderança do time de rugby | Arquivo Pessoal
Maringaense Rossi trocou as artes marciais pela liderança do time de rugby| Foto: Arquivo Pessoal

Como participar

Fabiano Rossi explicou que todos podem participar do time maringaense de rugby. "É só ir no dia do treino, conversar com o pessoal da comissão técnica e começar a treinar. É preciso bastante compromisso e disciplina." O Hawks Maringá Rugby tem atualmente cerca de 40 atletas no masculino e 20 no feminino. Esse número no masculino, soma os atletas iniciantes, os juvenis e a categoria principal. Os iniciantes são aqueles que estão começando, independentemente da idade. Os juvenis têm entre 16 e 18 anos. "Todos treinam no mesmo horário desde o iniciante até a categoria profissional."

Treinos:

- Sábado

Local: Campo do Parque Alfredo W. Nyffler no Jardim Alvorada;

Horário: a partir das 15h30;

Treinos mais táticos: "Lá a grama, as traves e o tamanho são oficiais. É o nosso treino principal", contou Rossi.

- Quinta

Local: Campo próximo a Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM);

Horário: Feminino treina das 20 às 22 horas e o masculino, das 22 horas à meia-noite;

Treinos mais táticos, apesar desse campo não ter traves.

- Terça

Local: Quadra de areia da Vila Olímpica, em frente a UEM;

Horário: Feminino treina das 20 às 22 horas e o masculino, das 22 horas à meia-noite;

Treino de preparação física.

Mais informações: www.maringarugby.com.br

Fabiano Rossi, 28 anos, nasceu e foi criado em Maringá. Ele é formado em informática e trabalha com licitações de material médico e hospitalar. Outra ocupação fundamental desse maringaense é ser presidente da Associação Atlética Rugby Maringá, mais conhecida como Hawks Maringá Rugby. O entrevistado da Gazeta Maringá desta semana guarda na sua história pessoal o surgimento e crescimento do time de rugby do Município. Ele está há dois anos à frente da equipe e pretende continuar na liderança.

O rugby, assim como o futebol, surgiu na Inglaterra e veio para o Brasil pelo esportista brasileiro Charles Miller. "Só que o rugby foi considerado esporte de elite. Não foi tão bem visto, nem tão divulgado como o futebol", explicou o entrevistado. O rugby é o segundo esporte coletivo mais praticado no mundo, perdendo apenas para o futebol, explicou Rossi.

O futebol americano é a versão dos Estados Unidos para o esporte inglês. "Uma versão mais prática e mais comercial", lembrou ele. Os atletas dos EUA foram adaptando e criando outras regras. Na prática esportiva, a principal diferença é que enquanto no rugby os atletas passam a bola para trás, no futebol americano os jogadores jogam para frente.

O próprio rugby tem duas categorias: o 15 (com 15 atletas em cada time; dois tempos de 40 minutos e intervalo de 15 minutos) e o seven (com sete jogadores para cada lado; dois tempos de sete minutos e um minuto de descanso). O seven é a categoria mais utilizada em campeonatos, por ser mais "gostosa de assistir e mais rápida".

No Paraná e em Maringá, os atletas treinam as duas categorias, apesar de cada uma delas exigir um treinamento específico. O calendário dos jogos permite conciliar as modalidades, já que, entre os meses de setembro e janeiro, os atletas ficam mais focados nas competições de seven, enquanto no restante do ano prevalece a categoria 15.

Depois de ficar cerca de cem anos fora dos jogos olímpicos, o rugby volta à competição, em 2016, quando o Brasil vai ser a sede da competição.

Rossi, em entrevista por telefone, contou mais sobre os valores desse esporte irmão do futebol americano, além de falar dos projetos do time maringaense de rugby. Confira!

GAZETA MARINGÁ: Quais as dificuldades para popularizar o rugby?

FABIANO ROSSI: A falta de conhecimento, a pouca visibilidade e o preconceito de achar que é um esporte violento e perigoso. Há uma dificuldade para achar patrocínio.

Porque as pessoas acabam construindo uma imagem de violência em torno do rugby?

É um esporte que tem contato brusco entre os atletas. Em algumas das formações e posições de jogo, atletas acabam trombando e derrubando uns aos outros. Mas tem toda uma técnica. Tem treinamentos específicos para isso. Mas muita gente não sabe. Vê um derrubando o outro e acha que é violento o negócio. Só que tudo passa por treinamento.

Como é a difusão do rugby pelos municípios paranaenses?

Os times mais velhos do estado estão em Curitiba, Guarapuava, Londrina e Maringá. O de Curitiba tem cerca de 30 anos. O Hawks Maringá Rugby está se mostrando bem importante. O time de Londrina é mais antigo e não se firmou tanto [como o de Maringá]. Estamos no centro de várias cidades onde o esporte está se fortalecendo. Temos times de rugby em Apucarana, Umuarama, Paranavaí e Cianorte também . As pessoas começam a se interessar ao verem os times jogando. Times de outras cidades vieram treinar em Maringá.

Existe algum adversário principal do Hawks?

Não temos nenhuma rixa principal. Os jogos são sempre muito disputados contra Londrina, eterno rival em qualquer esporte contra Maringá. Depois do Londrina, o jogo mais duro geralmente é contra o Guarapuava, pois as equipes estão sempre com um nível próximo de jogo. Então, cada detalhe a mais é que decide.

Como surgiu seu interesse pelo rugby

Um interessado maringaense postou no Orkut que queria aprender [rugby] e outro cara, um professor de biologia, falou que poderia ajudar. Desse contato na internet, começou a brincadeira. Surgiu um grupinho que iam brincar próximo à Catedral. Pouco depois, eu entrei no [Hawks]. Eu treinava muay thai, quando um amigo me chamou. Ele [o amigo], na época, estava começando a treinar rugby. Fui pegando gosto. É um esporte que tem muito valor. Você aprende valores que leva para a vida inteira. Esse valores são disciplina, respeito, compromisso, companheirismo, espírito esportivo e superação. Você aprende a ganhar território e ir se superando. O esporte gera muita amizade também. Acaba gerando uma irmandade dentro e fora de campo. Depois que você conhece e leva a sério, é um esporte por qual você se apaixona. Tem países que ter o Rugby no currículo é vantagem diante de outros candidatos.

Como você se tornou presidente do Hawks Maringá Rugby?

Somos todos no time muito amigos. Rugby no Brasil e no Paraná é muito desconhecido. Tem de sair atrás de tudo. Patrocínio, por exemplo. Você consegue patrocínio de quem conhece. Muitas pessoas acham que o esporte é violento e não querem associar sua marca. Eu mesmo já achei isso. Quando o Hawks começou a ficar mais sério, algumas pessoas se afastaram e outras se aproximaram. Eu fui uma delas [neste último caso]. Na primeira gestão, o presidente era o Anselmo [Alexandre Mendes], um dos fundadores. Quando ele se afastou, me candidatei e fui eleito em assembleia. Isso foi em 2010, cerca de um ano e meio depois que comecei a me envolver com o time. Desde que comecei a brincar de rugby, eu fui abandonando o muay thai. Meu mandato acaba em agosto deste ano. Vou me candidatar novamente.

Tem outros esportes pelos quais você se interessa?

Sempre estive ligado às artes marciais. Comecei com uns 9 anos. Meus pais me levaram para apreender defesa pessoal. Jogo futebol, mas só no final de semana. Rugby é mais sério.

Como surgiu o nome e o símbolo do Hawks?

Um dos fundadores sugeriu a ideia do nome. Com o símbolo, também foi assim. Os amigos que faziam parte do time fizeram vários modelos. O grupo acabou escolhendo o que achou mais legal. Tudo era decidido entre nós.

Para praticar o esporte, qual o vestuário necessário?

É utilizado protetor bucal, que fica encaixado no dente. É preciso também uma chuteira com traves altas para ter bastante aderência e tração com o gramado. Além disso, normalmente o pessoal usa camisa, calção e meião. Alguns usam camisas que são tipo uma segunda pele almofadada. Pouca coisa é fabricada no Brasil. 80% dos equipamentos são importados. Compramos geralmente PELa internet.

Quando e como surgiu a participação feminina no Hwaks?

Tem aproximadamente três anos. Namoradas e amigas de atletas começaram a querer participar. No começo, foi bem devagar. Hoje já tem um número bem grande de meninas. Teve atleta que jogou no Uruguai.

Quais prêmios o Hawks já recebeu?

fomos campeões paranaenses em 2010 na categoria 15. Em 2010, fomos vice-campeão paranaense de seven. Em 2011, fomos campeões de seven no estado de São Paulo na etapa Marília. No ano passado, conseguimos o vice-campeonato nos jogos abertos estaduais realizados em Toledo. Em 2012, os jogos abertos estaduais serão em Maringá. Tem outras vitórias, como um dos nossos atletas pioneiros que viajou recentemente para Las Vegas (EUA) para participar de um torneio mundial.

Existe alguma exigência física para quem quer praticar o esporte?

Tem espaço para todo mundo. É um esporte bem democrático. Qualquer um pode participar. É complicado eleger um jogador cobiçado no rugby, que é um esporte bastante coletivo. Não existe um jogador cobiçado, como Cristiano Ronaldo ou Messi no futebol. Você não consegue fazer nada sozinho. É cada um fazendo sua parte bem feita para que o time todo consiga um resultado muito bom.

Quais os projetos do Hawks para o futuro?

Este ano vamos começar com um projeto nas escolas. Temos alguns estudantes de educação física da UEM [Universidade Estadual de Maringá] e do Cesumar [Centro Universitário de Maringá], que jogam no nosso time. Estamos capacitando esses atletas para dar treinamentos para adolescentes a partir dos 14 anos. Vamos levar esses estudantes em colégios públicos e apresentar o rugby [aos jovens]. Queremos levar os adolescente também ao nosso treinamento. Ir apresentando a eles o esporte. Estamos tentando também ter um centro de treinamento fixo para podermos investir mais e ampliar, por exemplo, esse projeto das escolas. Além do cunho profissional, de buscar base, é uma forma de distribuir valores na cidade onde vivemos. Lá em Curitiba, por exemplo, tem um projeto que atende 400 crianças. É impressionante o resultado: muda muito a vida e a cabeça das pessoas que participam.

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