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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou a renovação da licença que a Universidade Estadual de Maringá (UEM) tinha para fabricar o medicamento captopril, utilizado para controle da pressão arterial. De acordo com decisão publicada no Diário Oficial da União (DOA) de segunda-feira (17), o remédio está em desacordo com a legislação vigente.

Segundo o coordenador-geral do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Medicamentos e Cosméticos (Lepemc) da UEM, Nelson Uezo, está faltando apenas um estudo de Equivalência Farmacêutica e Biodisponibilidade, que é um dos requisitos exigidos pela Anvisa. Uezo explicou que o laboratório aguarda o resultado da análise, que está sendo realizada pela Universidade de São Paulo (USP).

"Nós acertamos esse trabalho em maio do ano passado, mas ainda não obtivemos o resultado. O ensaio é demorado e o processo é burocrático. Assim que esse estudo for apresentado, a renovação é liberada pela Anvisa", explicou o coordenador do Lepenc. Ainda de acordo com ele, a USP foi escolhida pra fazer o trabalho porque o laboratório dá prioridade para instituições públicas.

A reportagem entrou em contato com a Anvisa, que não relatou o que estaria em desacordo com a legislação. A assessoria de imprensa do órgão informou que buscaria informações junto a área técnica, mas até o final da tarde desta segunda não houve retorno.

Dificuldades de produção

Nos últimos anos, o Lepemc estava com dificuldades de comercializar os comprimidos, já que o preço não era competitivo. A principal justificativa era a de que os laboratórios privados compravam matéria-prima mais barata e podiam oferecer melhores preços. Em setembro de 2009, o estoque de Captopril 25mg era tão grande que a universidade precisou paralisar a fabricação até encontrar compradores. Na época, a universidade contava com dois milhões de comprimidos do remédio contra a hipertensão.

De acordo com Uezo, o volume de produção foi reduzido no ano passado, assim como o custo do produto. No entanto, o governo estadual não optou pela compra dos medicamentos produzidos na UEM. Um nova negociação seria iniciada este ano, processo que foi interrompido após a renovação da licença ser negada pela Anvisa.

Uezo não quis comentar sobre possíveis prejuízos, mas informou que cerca de 20 pessoas trabalham para o Lepemc (sendo dez diretamente),que nos últimos meses estava produzindo somente o captropil. Sem produção, também há o prejuízo para os alunos que não podem mais acompanhar o processo de fabricação industrial no laboratório.

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