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O júri popular começou às 8h30 com o auditório lotado e centenas de pessoas do lado de fora

A família de Márcia Constantino, que não acompanhou o julgamento pela manhã, chegou ao Tribunal por volta das 15 horas para acompanhar o desfecho do júri. Os familiares acompanham a explanação do assessor de acusação da promotoria sobre o crime. O julgamento do réu confesso de estupro e homicídio triplamente qualificado Natanael Búfalo, já dura quase 7 horas no Tribunal do Júri de Maringá. Como Búfalo assumiu ter cometido os delitos, as testemunhas foram dispensadas e, de acordo com o promotor e com o advogado de defesa, o veredicto deve sair no fim da tarde desta quinta (24).

O júri popular começou às 8h30 com o auditório lotado e centenas de pessoas do lado de fora, já que o crime provocou comoção na cidade. O público é formado por principalmente por estudantes de direito e profissionais liberais. Búfalo é o responsável pelo assassinato, estupro, ocultação e vilipendio (desrespeito) de cadáver de Márcia, em outubro de 2007. Antes de assumir a autoria dos crimes, ele compareceu ao velório da garota e prestou solidariedade aos familiares.

Em caso de condenação, a pena prevista vai de 25 a 57 anos. Na hipótese de o réu pegar 30 anos, terá que cumprir pelo menos 18 em regime fechado. No caso dele, a progressão de pena só é concedida depois de 3/5 do tempo, visto que em 2001 já havia sido condenado por outro estupro. Após três anos de detenção ele conseguiu liberdade condicional, e foi nesse período que matou Márcia.

O crime

Durante a noite de sábado, 20 de outubro de 2007, a garota estava brincando com outras crianças no pátio da igreja evangélica que frequentava com os pais. Naquele dia a igreja organizava um evento reunindo cerca de 1,3 mil pessoas, e só por volta das 20h os pais de Márcia perceberam o desaparecimento. Com o encerramento da reunião, amigos e familiares iniciaram uma busca nos arredores, mas a menina só foi encontrada na manhã do dia seguinte, morta nas proximidades de uma plantação de milho. Búfalo ainda jogou álcool e ateou fogo no corpo da vítima.

Não é possível dizer o tempo que o julgamento deve durar, mas a expectativa é que termine ainda durante o dia. Não haverá depoimento de testemunhas, e a promotoria vai se valer da confissão de Búfalo e do exame de DNA que confirmou que o esperma junto ao corpo da criança era mesmo do acusado.

Em depoimento, Búfalo deu detalhes sobre a forma com que praticou o crime. Ele disse ter encontrado Márcia por volta de 20h30 em frente da igreja e a chamou para dentro do carro, dizendo que iam buscar um bolo. A menina foi levada para casa dele, onde ficou por três horas. Durante esse tempo, ele a estuprou. Em seguida a matou usando uma sacola plástica de supermercado, colocou o corpo dentro do carro e foi em direção a plantação de milho, local onde o corpo foi achado. Depois, jogou álcool no corpo e ateou fogo.

Por volta de 23h30, Búfalo voltou para casa, lavou o carro, o lençol da cama e virou o colchão. O assassino ainda voltou para a igreja para ajudar nas buscas à menina e depois de encontrado o corpo, compareceu ao velório para confortar a família.

Procurado pela reportagem na quarta-feira (23), o advogado de defesa não retornou contato para falar sobre o caso.

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