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A dona de casa Benedita Apolônio Godoes, de Umuarama, no Noroeste do estado, ainda tenta se recuperar do susto que passou. No último fim de semana, a família enterrou o corpo de um homem identificado como Moura Apolônio Godoes, de 38 anos, um dos oito filhos de Benedita. Quatro dias após o enterro, uma vizinha encontrou Moura caminhando perto da estação rodoviária da cidade e correu contar para a família. A mãe lembra que foi uma mistura de susto e alegria, principalmente, quando o "morto-vivo" chegou em casa.

A confusão ocorreu porque a própria família reconheceu um corpo que estava no Instituto Médico Legal (IML) de Umuarama como sendo de Moura. O reconhecimento foi por fotos, já que o IML de Umuarama está sem geladeira e o corpo teve de ser levado a Campo Mourão. Como Moura não voltava para casa havia um mês e as características físicas dele são semelhantes as do homem que estava no IML, a família achou que seria a mesma pessoa. Por isso, o corpo foi levado para a capela mortuária do Cemitério Municipal de Umuarama na tarde da sexta-feira passada e sepultado no mesmo dia.

Solteiro e dependente de álcool, Godoes costuma ficar semanas fora de casa sem dar informações à família. A mãe diz que já temia uma notícia ruim. Quando foi chamada para fazer o reconhecimento, ela estava na casa de uma filha em Mato Grosso do Sul. As duas viajaram às pressas para Umuarama. Depois veio o alívio no reencontro com o familiar que continua vivo.

Nesta quinta-feira (2) a missão da mãe e do próprio Moura foi provar ao Ministério Público que ele continua vivo para pedir o cancelamento do atestado de óbito. O promotor de Justiça da comarca local, Carlos Alberto Moreno, informou que entrará com uma ação de anulação de registro de óbito e a Justiça poderá convocar a mãe e o filho, além de outras testemunhas, para provar que ele está vivo. A mãe não reclamou dos prejuízos porque o funeral foi custeado com ajuda da comunidade, já que a família não dispunha de recursos.

Já o homem enterrado por engano continua sem identificação. Ele morreu de morte natural pouco antes de ser levado por moradores a um hospital da cidade. Como o hospital não tem resfriador, o corpo foi levado ao IML. A direção do instituto em Umuarama alegou que apenas guardou o corpo para ser reconhecido e não se sente culpada na confusão.

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