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O investimento na compra de 30 unidades será de aproximadamente R$ 180 mil | Ivan Amorin/Gazeta do Povo
O investimento na compra de 30 unidades será de aproximadamente R$ 180 mil| Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo

A Guarda Municipal de Maringá será a segunda do estado a utilizar armas elétricas durante patrulhamento. Na tarde desta segunda-feira (2), a empresa gaúcha que vende o produto no Brasil esteve na cidade, onde realizou uma apresentação do funcionamento do equipamento às autoridades de segurança. O investimento na compra de 30 unidades será de aproximadamente R$ 180 mil. O efetivo da Guarda Municipal de Maringá é de 295 policiais, mas apenas 27 deles são patrulheiros, que utilizarão o equipamento. Até agora, somente São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, utilizava o equipamento.

As armas Taser são um dispositivo de segurança não-letal que imobiliza os suspeitos abordados pela polícia, sem que seja necessário o uso de armas de fogo. Ela funciona com uma descarga elétrica que facilita a abordagem ou colocação de algemas.

A ideia é comprar esse primeiro lote com recursos da prefeitura, explicou Paulo Montovani, chefe de Guarda Municipal de Maringá. A empresa que importa as armas dos Estados Unidos também oferece um curso de 10 horas para os agentes que vão utilizá-la, e o preço do treinamento já está incluído no valor de US$ 1,6 mil por unidade. Outras despesas serão com taxas de importação e frete.

São José dos Pinhais

A experiência do uso da Taser em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, única cidade do Paraná que a utiliza, teve início em abril de 2008. Durante esses dez meses, os agentes da guarda utilizaram efetivamente o equipamento em apenas seis oportunidades, explicou Marcelo Jugend, secretário de segurança pública no município. "Sempre obtivemos sucesso no uso da Taser e nenhum atingido apresentou algum tipo de sequela", defendeu o secretário. Segundo ele, a prefeitura da cidade tem planos para ampliação do programa.

Jugend lembra que a utilização do dispositivo de segurança deve seguir alguns critérios. O principal deles é quando existe algum conflito durante uma abordagem e o patrulheiro corra algum risco. "O equipamento deve ser usado de uma forma muito responsável. É preciso ser ético, pois o uso indiscriminado pode ferir os direitos humanos", explicou ele.

A Guarda Municipal de São José dos Pinhais adquiriu onze unidades da Taser. Nove dos agentes são treinados para utilizá-las, mas isso não significa que os guardas deixaram de portar armas de fogo. "Os agentes treinados utilizam os dois equipamentos", disse Jugend.

Responsabilidade

Segundo Marcelo Bordin, pesquisador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a polícia brasileira, no geral, não tem costume de utilizar métodos não-violentos durante as abordagens e isso pode fazer com que as armas elétricas sejam usadas de forma indiscriminada. "Não se usa de negociação normalmente", disse ele.

Bordin acredita que os recursos poderiam ser aplicados em outros programas de segurança, com foco mais preventivo. Contudo, a Taser pode dar outro desfecho para muitas fatalidades que ocorrem em confrontos policiais. "Com altos índices de letalidade (nos confrontos) essa talvez não seja a melhor opção, mas é uma alternativa", disse.

Já Jugend explica que a arma permite identificar e responsabilizar o guarda que fez algum uso indevido, pois contém memória interna que registra a hora e a quantidade de tempo que a descarga foi utilizada.

Cerca de 800 armas Taser foram adquiridas no Brasil, apenas em 2008. Apenas órgãos governamentais, de segurança pública e guardas municipais podem comprar o equipamento. Seu uso representa uma diminuição de 80% na utilização de armas de fogo convencionais.

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