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Marcos Fernando da Cruz coleciona três títulos seguidos na categoria Elite, além de ser o atual campeão brasileiro de Cross Country | Ivan Amorin
Marcos Fernando da Cruz coleciona três títulos seguidos na categoria Elite, além de ser o atual campeão brasileiro de Cross Country| Foto: Ivan Amorin

Família unida pelo ciclismo

O estilo de vida aventureiro do ciclismo apanhou uma família inteira de Guarapuava. Há um ano, pai, mãe e os dois filhos participam de várias corridas em todo o Paraná. Paulo Sergio Cavaleira tinha 33 anos quando resolveu começar a competir. "Sempre gostei muito de andar de bicicleta. Um amigo meu da academia me chamou para o treinamento. Fui, gostei e estou até hoje", conta.

Sua mulher, Lucinete, de 34 anos, vendo a empolgação do marido, logo comprou uma bicicleta e começou a treinar. "Sempre fui viciada em academia, tinha preparo físico, por isso não senti tanta dificuldade", explica.

Júnior, o caçula de 11 anos, estava triste no domingo, pois teve que abandonar a prova por conta de uma contusão na panturrilha. Ele ainda não treina todos os dias, para não prejudicar os estudos, mas sonha em ser um grande corredor no futuro.

A filha de 14 anos, Letícia, também começou tentando acompanhar os pais. "Em quatro meses que disputo, já consegui ficar em terceiro em uma corrida de Guarapuava. Quero continuar os treinamento e chegar no Campeonato Brasileiro", afirma.

Para Lucinete, o melhor presente que o ciclismo proporcionou à família foi a união. "Antes, era cada um para um lado. Meu marido ia para a casa dos amigos, minha filha está naquele período difícil da adolescência, ficava fechada no quarto. Quando começamos a disputar, a família ficou mais unida. Agora treinamos sempre juntos e isso nos deixou mais felizes. Meu casamento melhorou 100%", fala.

A mãe ressalta também a qualidade de vida que o esporte trouxe para a vida de todos. "Os problemas de saúde do meu marido praticamente desapareceram. Mas o mais importante foi a alegria, o fim do estress da vida cotidiana. Começamos a viajar juntos por causa das competições, conhecer novos lugares e fazer novos amigos. Isso nos trouxe uma alegria de vida que não tem preço", ressalta.

  • Paulo Sergio Cavaleiro tinha 33 anos quando resolveu começar a competir. Iniciativa influenciou a família
  • Calor judiou dos competidores
  • A etapa foi uma corrida de
  • Foram oito voltas em uma estrada de 3.800 metros
  • Família Cavaleiro seguiu o exemplo do patriarca Paulo. Na foto: Lucinete (E), mãe, Júnior (centro) e Letícia

A primeira etapa do Campeonato Paranaense de Mountain Bike, realizada na manhã deste domingo (15) em Maringá, não teve grandes surpresas. O vencedor foi o heptacampeão Marcos Fernando da Cruz, de Guarapuava, que coleciona três títulos seguidos na categoria Elite, além de ser o atual campeão brasileiro de Cross Country.

Para Marcos, que chegou com quase dois minutos de vantagem sobre o segundo colocado, o maior desafio não foram os concorrentes, nem as subidas íngremes, trilhas fechadas ou o terreno pedregoso. "O que matou foi o calor de 32º C e o sol queimando sobre nós", conta.

A etapa de Maringá foi uma corrida de "Cross Country", que exige muita força e habilidade técnica dos ciclistas. Foram oito voltas em uma estrada de 3.800 metros, com muitos obstáculos, como raízes de árvores saltando no meio da pista, buracos, barrancos, trilhas fechadas e subidas com alto nível de dificuldade."Havia trecho em que mais empurrávamos a bicicleta do que andávamos nela", diz o campeão.

A duração da prova da categoria Elite foi de 1h50, com a participação de 12 atletas profissionais. Marcos Capóia, de Maringá, conseguiu a segunda colocação e Alexandre Marcelo Lopes, de Guarapuava, ficou em terceiro. Entre as mulheres, destaque para Lorena Maria de Oliveira, também de Maringá.

A etapa contou com a participação de 170 ciclistas, distribuídos em 11 categorias. "Ficamos surpresos com o número de inscritos, isso significa que o esporte está cada vez mais forte em nosso estado", falou o presidente da Federação Paranaense de Ciclismo, Adriano José Malinowski.

A novidade do campeonato deste ano é que a Federação pretende fazer um ranking dos atletas que se destacarem na categoria Elite, para custear todas as despesas nas próximas competições. "É um incentivo que damos ao esporte. Afinal, muitos aqui não têm ajuda nenhuma e acabam tirando dinheiro do próprio bolso para conseguir competir", explica Malinowski.

A próxima etapa será de maratona, onde o circuito não oferece tantos obstáculos, mas exige muita resistência e velocidade dos atletas. A prova será no dia 7 de junho em Toledo.

História de Campeão

Marcos da Cruz tem 30 anos, 13 de bicicleta e várias vitórias em seu currículo. Ele já foi campeão dos Jogos Abertos e tem sete títulos do Campeonato Paranaense. Em 2008, ficou em primeiro lugar no Campeonato Brasileiros de Cross Country e foi vice na Maratona, todos pela categoria Master A (30 a 34 anos).

Marcos começou a gostar do esporte depois que comprou uma bicicleta com seu primeiro salário, quando fazia bicos como jardineiro, aos 17 anos. "Eu precisava de um veículo de transporte para ir trabalhar. Um dia, vi na televisão um campeonato de Mountain Bike, achei muito aventureiro e fui atrás dos rapazes que disputavam na minha região. Logo no ano seguinte fiquei em primeiro nos Jogos Abertos, fui o atleta mais novo a ganhar a competição. Desde então não parei mais", conta.

Apesar de tantos títulos importantes na carreira, Marcos sobrevive de uma bolsa auxílio de R$ 500 da Prefeitura de Guarapuava e alguns trabalhos consertando e incrementando bicicletas em uma oficina. "Dou aulas na escolinha do município e há três anos não tiro dinheiro do bolso para competir, pois recebo apoio de empresas para inscrição, estadia e transporte. Minha vida é o Mountain Bike, mas é difícil viver exclusivamente disso quando se tem uma família para sustentar", diz.

Apesar das dificuldades, o campeão não desiste. "Não consigo viver longe das pistas. O ciclismo é um estilo de vida, quem entra não larga mais. A única coisa que reclamo é a falta de estímulos dos empresários. O Paraná é um celeiro do Mountain Bike, se tivéssemos mais apoio, nos destacaríamos muito mais".

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