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“Ele era uma pessoa que não perdia a vontade de viver”, lembra a filha Ilvana | Divulgação
“Ele era uma pessoa que não perdia a vontade de viver”, lembra a filha Ilvana| Foto: Divulgação

Um homem de convicções inabaláveis. Assim era Bonifácio Martins, paulista de Taquaritinga e que ainda jovem se mudou para Maringá, cidade que, durante a década de 1950, dava seus primeiros passos. Ele foi comerciante da área de confecção, exerceu a função de contabilista e encontrou na política a forma de defender as causas que acreditava.

Conhecido por ser um orador brilhante, Martins foi eleito vereador duas vezes – pelo Partido Republicano (PR) e pelo Partido Social Trabalhista (PST). Os mandatos de oito anos ficaram marcados por sua estreita ligação com os movimentos populares, inclusive estimulando a expansão de sindicatos. Foi o porta-voz dos moradores durante o processo de desfavelização da cidade, ocorrido no início da década de 1960.

"Bonifácio Martins soube aliar, de modo exemplar, a representação eleitoral com o estímulo à organização popular. Mesmo quem não concordava com suas posições respeitava sua retidão e o brilho de sua atuação", lembra o historiador da Universidade Estadual de Maringá (UEM)Reginaldo Dias.

A trajetória política foi interrompida com o golpe militar de 1964. Temendo represarias por seu vínculo com o Partido Comunista, Martins deixou Maringá, mas não chegou a ter o mandato cassado. Na década seguinte, acabou preso pelo regime militar. Depois de solto, voltou a trabalhar como contabilista e escrevia textos sobre política.

"Ele era uma pessoa que não perdia a vontade de viver. Nunca envelhecia e estava sempre muito disposto", lembra a filha Ilvana.

Deixa duas filhas e cinco netos. Dia 11 de julho, em São Paulo-SP, de insuficiência renal, aos 89 anos.

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