Homenagem a Maria Aparecida Reami

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"Cubra-me com seu manto de amor, guarda-me na paz desse olhar", o trecho é da música "Nossa Senhora", do cantor Roberto Carlos, mas poderia traduzir as viagens que Maria Aparecida Fiorini Reami fazia com a família pelas estradas do Brasil a bordo do caminhão do marido, Hilário Riami. O filho, Nilton Reami, pároco da Igreja São José Operário, em Paranavaí, lembra que durante as viagens, a família se acomodava na carroceria do veículo, onde dona Maria arrumava camas confortáveis e quentinhas para todos.

As crianças acompanharam os pais até o início da vida escolar. Depois disso, ficavam em casa de parentes durante os curtos períodos que os pais viajavam até o interior de São Paulo para a entrega das cargas. Para aproveitar a viagem, eles visitavam frequentemente a cidade de Aparecida do Norte, onde dona Maria costumava pagar suas prometas secretas. As músicas de Roberto Carlos embalavam e serviam de fundo musical das longas conversas do casal.

Ao longo da vida, dona Maria superou 20 cirurgias. Em agradecimento, ela mantinha um oratório e uma vela acesa para São Judas Tadeu, a quem atribuía a graça de ter superado três cirurgias do coração. Quando as irmãs enfrentavam um procedimento cirúrgico, era vez de dona Maria tomar conta. Para garantir a recuperação e atender às irmãs, ela permanecia mais de um mês na casa delas até certeza que estava tudo bem.

Maria Aparecida morreu no dia 10 de junho, aos 73 anos, após ficar internada por quase 20 dias em um Hospital em Marília (SP) por conta de um AVC. Na ocasião, dona Maria e o marido estavam no interior de São Paulo para visitar parentes. Ela foi enterrada na segunda-feira (11) no Cemitério Municipal de Maringá. Dezenas de familiares e amigos de todo o Brasil, além de 20 padres e dois arcebispos, participaram da missa de corpo de presente.

Deixa marido, três filhos, sete netos e uma bisneta.