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"Não temos nem mais colchonetes para colocar nos corredores", disse o superintendente do HU | Fábio Dias/Gazeta Maringá
"Não temos nem mais colchonetes para colocar nos corredores", disse o superintendente do HU| Foto: Fábio Dias/Gazeta Maringá

O superintendente do Hospital Universitário de Maringá (HU), José Carlos Amador, vai esperar o próximo boletim de pacientes para se definir sobre o fechamento temporário da unidade, uma das possibilidades colocadas por ele como maneira de diminuir a superlotação. A chance de isso ocorrer foi mencionada em coletiva de imprensa, convocada pelo HU, na manhã desta quarta-feira (22).

Amador explicou também que, nesses casos extremos, é preciso comunicar o reitor da UEM, a Regional de Saúde e o Ministério Público sobre a situação, visto que a instituição pode incorrer em crimes, caso feche as portas para o atendimento.

No ano passado, esse procedimento foi adotado uma vez, quando o hospital ficou 24 horas fechado. Amador lembrou que o Hospital Universitário de Londrina adota essa medida com freqüência.

Divisão de pacientes

Outro ponto discutido foi a questão do sistema de distribuição de pacientes resgatados pelo Samu e Siate. Amador explicou que 100% dos pacientes da trauma-ortopedia, vítimas de acidentes de trânsito, por exemplo, são levados primeiro para o HU, onde recebem atendimentos preliminares. Em seguida, são reencaminhados para outras unidades hospitalares, seguindo uma tabela definida pela data de nascimento do paciente.

O HU não concorda com o sistema, não renovou a parceria, mas, mesmo assim, segundo Amador, o sistema se manteve. O problema é que os hospitais privados demoram a abrir vagas e até se negam a receber os pacientes. A situação faz com que o HU fique superlotado.

Na manhã desta quarta-feira (23), por exemplo, a enfermaria tinha 93 pacientes, quando a capacidade é para apenas 31. Desses 93, 15 já deveriam ter sido levados para outros hospitais. "Não concordamos que a fila dos outros hospitais se formem no HU", protestou.

Conflito de versões/b>

A diretora da Regional de Saúde, Ercília Fikui; e o diretor do Hospital Santa Rita, Hiran Castilho, interpretam o acordo de maneira diferente da colocada pelo HU. Eles explicam que o acordo tem como objetivo a distribuição emergencial dos pacientes acidentados. Após os atendimentos prévios, se o HU tiver condições técnicas de seguir com o tratamento, pode fazê-lo.

As divergências deram origens a situações extremas, como o caso do pedreiro José Virizaldo de Liz, que está há 63 dias na enfermaria no HU, com uma fratura exposta na perna, à espera de uma vaga no Santa Rita. De acordo com o próprio paciente, ao longo da internação, o HU já realizou três procedimentos cirúrgicos no paciente.

Castilho discorda que deva se responsabilizar por esse paciente, já que Virizaldo já recebeu atendimentos no HU. "Esse paciente não é do Santa Rita, não vai vir para o Santa Rita, porque, se fosse nosso, já teria sido atendido" afirmou o diretor do Santa Rita.

Sobre o caso especifico de Virizaldo, que aguarda atendimento há 63 dias, a diretora disse: "A minha equipe verificou que há resolução dentro do HU. São conflitos de pareceres", disse.

A superintendência do Santa Casa confirmou a existência do acordo e negou que haja pacientes do hospital à espera no HU. Todos aqueles que deveriam ser encaminhados já estão internados. O número de pacientes, no entanto, não foi informado.

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