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 | Gilberto Yamamoto
| Foto: Gilberto Yamamoto

Como identificar

Veja que tipos de pintas podem ser indícios de melanona ou de focos que podem gerá-la:

- Assimetria: manchas irregulares devem ser examinadas pelo médico;

- Borda: a diferença entre o tom da pele e da pinta deve ser nítida. Bordas de melanoma geralmente têm tonalidades em degradê e "invadem" a pele;

- Diâmetro: pintas com menos de 6 mm de diâmetro têm menos chances de serem um melanoma;

- Evolução: qualquer tipo de mudança na estrutura e coloração da pinta deve ser investigada. Se você tem uma mancha que, nas últimas semanas, está coçando, cresceu, mudou de cor, sangrou ou gerou sensação de ardência e queimação, é recomendável procurar um médico dermatologista.

Duas novidades chamaram a atenção no último congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), no começo de junho, e prometem revolucionar o tratamento de melanoma, um tipo extremamente agressivo de câncer de pele. Utilizados de maneira experimental nos EUA, o ipilimumab e o vemurafenib garantiram um aumento significativo no tempo de sobrevida de pacientes com a doença em estágio avançado.

"Hoje, pacientes com metástases vivem entre 6 e 9 meses. Com as medicações, a sobrevida foi de dois meses até três anos a mais", explica Veridiana Pires Camargo, médica oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e do Hospital Sírio-Libanês.

Disponível em forma de comprimidos que devem ser tomados duas vezes por dia, o vemurafenib reduziu o risco de morte em 63% em comparação com o tratamento com quimioterapia, e o de progressão do tumor em 74%. Cerca de 48% dos pacientes, ainda, tiveram evolução positiva no quadro da doença, contra apenas 5,5% entre os que fizeram quimioterapia.

"O tempo de observação nas pesquisas ainda é curto para dizer se ele é capaz de curar o paciente, mas há relatórios sobre pacientes que estão há cinco anos ingerindo o remédio e sua doença está controlada", conta Veridiana.

Exibido de maneira preliminar na edição do ano passado do congresso, o ipilimumab foi reapresentado agora com o estudo concluído. O medicamento, que age no sistema imunológico, foi administrado em forma de injeções, aplicadas junto com a quimioterapia a cada 28 dias. O resultado foi uma redução de 28% no risco de morte.

"Ele funciona como uma vacina, afetando o mecanismo de atuação dos linfócitos e estimulando o sistema imune", comenta Evanius Wiermann, médico oncologista clínico do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP).

Brasil

Por enquanto, os dois medicamentos não têm data para chegar ao Brasil. "Nos Estados Unidos, o ipilimumab já é usado, mas custa cerca de US$ 30 mil a dose. Por aqui, a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] ainda estuda a aprovação do uso desse medicamento talvez para 2012", conta Veridiana.

Quanto ao vemurafenib, a perspectiva é que demore um pouco mais. "Ele só foi usado em estudos científicos e ainda está em processo de aprovação nos Estados Unidos, então nem sequer há uma previsão de quando teremos o remédio à disposição no Brasil", diz Gélcio Luiz Quintella Mendes, médico oncologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Para os especialistas, mesmo sem previsão de quando poderão ser usadas, as duas novidades são bem-vindas por oferecerem opções mais eficazes no tratamento de uma doença com altos índices de mortalidade.

Raro e agressivo, o melanoma representa apenas 5% dos casos de câncer de pele registrados no mundo, mas é responsável por 80% das mortes em decorrência deste tipo de doença. "Ele é perigoso porque facilmente cria metástases e se espalha pelo organismo", diz.

Outros benefícios

Segundo Veridiana, uma vantagem do uso das duas novas drogas é a possibilidade de os pacientes terem mais qualidade de vida durante o tratamento. "Eles são menos agressivos que a quimioterapia, então não há perda de cabelo e a pessoa sente menos fraqueza." Os medicamentos também tiveram uma ação importante para amenizar os sintomas da doença quando o câncer atinge outros órgãos.

Mesmo assim, há efeitos colaterais. O vemurafenib, por exemplo, gerou dores nas juntas, diarreia, cansaço e tumores na pele, do tipo carcinoma espinocelular, que é menos perigoso que o melanoma e pode ser removido facilmente com cirurgia.

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