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Fraudes do ProUni em Maringá

Em Maringá já foram registrados alguns casos de fraudes em bolsas do ProUni. O último deles foi de uma estudante do 5º ano de direito do Centro Universitário de Maringá (Cesumar) que era beneficiada com uma bolsa de estudos integral.

A aluna não pagava as mensalidades do curso desde que começou estudar, em 2006. Logo em seguida, ela se casou e deveria ter informado a alteração de seu estado civil e a nova composição do grupo familiar e de ganhos, porém apresentou os dados de solteira, época em que foi selecionada pelo programa e quando tinha renda compatível. O Cesumar excluiu a universitária do programa assim que descobriu a irregularidade.

Outra situação de fraude na concessão de bolsas do ProUni já havia sido denunciada em Maringá pela TV Globo. Três alunas de classe alta de Maringá não pagavam a mensalidade de 3,2 mil no curso de medicina, na Faculde Ingá (Uningá). As meninas eram parentes de diretores da instituição, o que fez com que a Uningá fosse descredenciada do programa federal.

A Procuradoria da República investiga irregularidades na concessão de mais de 30 bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni), programa federal para universitários de baixa renda, em Umuarama, Noroeste do estado. A investigação conta com o apoio da Polícia Federal. Segundo reportagem apresentada neste domingo (1º) pelo programa Fantástico, da TV Globo, estudantes de Umuarama com padrão de vida elevado são suspeitos de terem sido beneficiados por bolsas de estudo para jovens de baixa renda.

Um dos casos apresentado pelo Fantástico é de uma estudante que mora em um dos melhores condomínios residenciais da cidade e cursa odontologia na Universidade Paranaense(Unipar), maior universidade particular da região. A reportagem flagrou a mãe de Ingrid Peres Ochi (estudante investigada), Dayse, saindo de uma casa com dois carros na garagem para levar a filha à universidade.

Questionada pelo repórter se a filha estava enquadrada nas condições do ProUni, a mãe responde que Ingrid não é carente e se nega a informar a renda da família. Depois, a mãe diz que pobre e carente não consegue estudar na Unipar.

"Quem é pobre, carente, com salário mínimo, não consegue acompanhar o estudo e comparar os materiais que precisa para o curso de odontologia", diz Dayse ao Fantástico.

Outro caso apurado pelo programa da TV Globo foi de uma estudante que mora em um bairro de classe média. Na garagem, a equipe encontrou dois carros estacionados. Em um dos veículos está Luana Valim dos Santos, que estuda na Unipar. A estudante não quis falar com a equipe de reportagem.

"Elas acreditam que estão apenas enganando o governo quando, na realidade, estão enganando a sociedade e as pessoas mais carentes. Essa pessoa será processada por estelionato contra a União e também terá que devolver todo o benefício à Justiça, caso [se] comprove a irregularidade", disse o procurador que comanda a investigação aos fraudadores do ProUni na região, Robson Mathias, em entrevista à TV Globo.

Unipar diz que fiscalização é difícil

A direção da Unipar disse ao programa Fantástico que é difícil descobrir as fraudes. "É uma questão do poder público verificar essa situação, porque nós não temos condição de sair a campo para verificar cada caso", diz o coordenador do ProUni da Unipar, José de Oliveira Filho.

O Ministério da Educação diz que a obrigação de fiscalizar a concessão de bolsas é da universidade. "Tem uma parte que cabe à instituição, que é o primeiro momento. A inscrição do jovem é feita na instituição, que cabe a ela [sic] verificar as condições daquele jovem", disse o secretário do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa.

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