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Bruno Veronesi: lei de zoneamento prejudica vinda de novas empresas | Gilberto Abelha/Arquivo JL
Bruno Veronesi: lei de zoneamento prejudica vinda de novas empresas| Foto: Gilberto Abelha/Arquivo JL

Cidades devem se preocupar com mortalidade de empresas

Para o doutor em Administração e coordenador do curso de administração da Unifil, Edgard Menezes, mais que atrair empresas, Londrina e Maringá têm que se preocupar com a taxa de mortalidade dos empreendimentos já instalados. "São índices elevadíssimos. Imagine uma comunidade onde o número de mortes seja maior que o de nascimento. Essa comunidade está destinada à extinção", aponta. Para ele, um índice de extinção de empresas de 31% é alarmante. "É preciso avaliar o que está acontecendo, principalmente porque não tivemos nenhuma grande crise econômica. Quem está cuidando da saúde das empresas? O que está sendo investido para atender as que já estão instaladas?", questiona ele.

Quanto ao fato de Maringá ter mais atratividade, o professor explica que a cidade exerce maior influência sobre a microrregião do que sobre Londrina. "As cidades vizinhas têm uma dependência maior de Maringá. Cambé, por exemplo, tem autonomia econômica e não depende de Londrina", opina Menezes. Além disso, segundo ele, houve ambiente político muito mais tranquilo naquela cidade. "Tudo isso afeta positivamente", garante.

A apenas 100 quilômetros de distância, Londrina e Maringá são municípios rivais quando se trata de conquistar novos negócios. Apesar de as duas cidades oferecerem vantagens aos empresários, proporcionalmente Maringá vem ganhando em atratividade ao mesmo tempo em que registra taxa de mortalidade menor.

Levantamento feito pela Junta Comercial do Paraná (Jucepar) comprova que, em Maringá, a instalação de novas empresas cresceu 8,35% entre 2011 e 2012 contra 5,48% em Londrina - diferença de quase três pontos percentuais. Maringá também está à frente de Londrina quando se compara o número de extinção de empresas no período. No Noroeste, o número de empresas fechadas em 2012 cresceu 22,59% enquanto em Londrina a alta foi de 31,55%. O levantamento da Jucepar foi feito a pedido do JL e refere-se somente a empresas com endereços em Londrina e Maringá.

Em 2012, Londrina registrou a instalação de 6.173 novas empresas, contando empresas, consórcios, sociedades, filiais e microempreendedores individuais (MEIs). No ano anterior, 5.852 empresas se instalaram no município. Mais significativo é o número de empresas extintas: 1.409 em 2012 contra 1.071 em 2011. Maringá, por sua vez, registrou 5.008 novas empresas contra 4.622 em 2011. Naquela cidade, 1.161 empresas foram extintas no ano passado contra 947 em 2011.

Segurança

Segundo o diretor de Tributação da Secretaria de Fazenda de Maringá, Nelson Pereira, um conjunto de fatores torna Maringá mais atrativa aos empresários. "Há um conjunto de fatores que levam a isso. No contexto geral, Maringá tem a melhor arrecadação em IPTU e ISS da região, a arrecadação do ITBI está perto da de Curitiba. No conjunto, Maringá está em segundo lugar em termos de melhor gestão pública", analisa. Para ele, isso dá segurança aos empresários. "Empresário sério quer gestão séria para o município", diz Pereira, que garante que o município não dá incentivos fiscais.

Além disso, ressalta o diretor, a cidade contou com uma sequência de administrações públicas, ao longo dos anos, que deram continuidade a projetos de urbanização, infraestrutura e logística. "Nós já temos a Cidade Industrial e várias empresas estão se instalando lá; estamos revitalizando o centro da cidade, as Zonas 10 e do Armazém, construímos a Supervia e o Contorno Norte. Também estamos com transparência total da gestão do dinheiro público na internet e a nota fiscal eletrônica." Para ele, tudo isso gera confiança no empresariado. "O conjunto de obras e conceitos modificados de gestão reflete positivamente porque mostra que a cidade tem cuidado e preocupação com os recursos investidos."

Prejuízo

O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, reconhece que o município perdeu atratividade nos últimos anos, principalmente por falta da lei de zoneamento do Plano Diretor. "Estamos correndo atrás do prejuízo que o município sofreu com a falta de uma política de desenvolvimento. Hoje, para uma empresa se instalar na cidade, é preciso fazer um projeto específico para mudança de zoneamento. É um projeto nosso criar condomínios industriais, mas a aprovação do Plano Diretor tem que sair para que possamos criar áreas industriais."

De acordo com ele, várias empresas da cidade têm interesse em ampliar seus negócios e outras, de fora, querem se instalar. "Estamos elaborando uma política agressiva para instalação de empresas, criando um clima favorável e desenvolvendo fluxos para simplificar as instalações."

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