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Em cadernos e listas cultivados há 20 anos, Maurício Bonifácio registra todos os filmes que assistiu nos cinemas | Ivan Amorin/Gazeta Maringá
Em cadernos e listas cultivados há 20 anos, Maurício Bonifácio registra todos os filmes que assistiu nos cinemas| Foto: Ivan Amorin/Gazeta Maringá

Ele já assistiu a mil filmes no cinema. A marca foi oficializada em 30 de maio deste ano, com o filme "Se beber não case 3", visto em uma das telonas de Maringá. Para provar, o servidor público Maurício Bonifácio, de 38 anos, tem anotado todos os títulos das películas em cadernos e listas eletrônicas que acumulou em 20 anos.

Mas o número deve ser ainda maior, já que a ideia de registrar a façanha surgiu somente em 1993, aos 18 anos, após assistir ao filme Máquina Mortífera 3, quando Bonifácio foi ao cinema com os amigos para matar aula. "Naquele dia, criamos o desafio de ver quem assistia mais filmes. Comecei a anotar por brincadeira, não achei que levaria aquilo a sério."

Apesar de ser negligenciado em um primeiro momento, o hábito de anotar os títulos foi retomado com mais seriedade nos anos seguintes. O cinéfilo explica que, quando trabalhava como atendente em uma grande rede de fast food, tinha horários muito flexíveis e às vezes até lacunas no meio do expediente. "Eu aproveitava esse tempo para ir ao cinema, já que não tinha o que fazer. O que era algo para preencher meu tempo acabou se tornando parte da minha rotina."

A primeira visita ao cinema foi quando Bonifácio tinha apenas 8 anos. O filme era ET – O extraterrestre, de Steven Spielberg. Ele lembra de ficar encantado com aquela atmosfera peculiar especialmente com a bomboniere cheia de doces e com o cheiro de pipoca, típicos desses locais. "Mas acho que o que mais me impressionou mesmo foi o tamanho da tela. Era uma coisa tão diferente de tudo o que eu conhecia até então. Para você ter uma ideia, nem TV eu tinha naquela época."

Outro detalhe lembrado com saudade é que, na década de 1980, os filmes em cartaz eram anunciados por um carro de som que passava pelos bairros de Maringá. "Eu ouvia aquilo e sonhava com a minha próxima visita ao cinema." Apesar do desejo cultivado desde então, Bonifácio conta que a família não tinha o hábito de acompanhar as estreias cinematográficas. Por isso, ele conta que sente por não ter assistido alguns filmes, como Forest Gump, na grande tela.

Cinema duas vezes por semana

Atualmente, Maurício Bonifácio trabalha em uma escola municipal. Pelo menos duas vezes por semana ele vai ao cinema depois do expediente. "Claro que essa frequência depende do número das estreias da semana. Eu tento assistir todos os filmes que entram em cartaz na cidade."

O cinéfilo revela que, muitas vezes, acaba assistindo filmes que não o agradam muito. "Tem aqueles filmes bem comerciais, bem holywoodianos que são sempre iguais. Mas eu assisto mesmo assim", conta, rindo.

Com o hábito, ele diz ter desenvolvido um gosto próprio, que prima especialmente por filme com boa qualidade fotográfica. Em busca de filmes que ele considera "fora do circuito", Bonifácio afirma que aguarda com ansiedade festivais em que a diversidade é maior do que a das estreias comerciais.

Em maio, por exemplo, ele se programou para assistir aos 14 filmes exibidos pelo Festival Varilux de Cinema Francês. "Consegui ir a todos os filmes [do Varilux] porque me planejei. Achei a seleção de filmes maravilhosa."

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