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Três estudantes menores foram apreendidos na última quarta-feira (22) suspeitos de matar o agricultor Joel Esteves de Brito, de 45 anos, na tarde de 15 de abril, na Estrada da Ferradura, zona rural de Godoy Moreira, região Central do estado. Os rapazes, portadores de deficiência mental, teriam assassinado a vítima com sete golpes de faca e depois tentado esconder o corpo na beira de um córrego. Eles confessaram o crime na frente dos conselheiros tutelares e alegaram que a vítima estava assediando a mãe de dois deles, e essa seria a motivação.

De acordo com o investigador Adilson Ferreira Gomes, da delegacia de São João do Ivaí, a mãe dos menores (um com 14 e outro com 17 anos) confirmou que havia sofrido assédio por parte de um vizinho, mas não se tratava da vítima. Os jovens abordaram o tal vizinho que negou o fato e apontou Brito como responsável pelo assédio. O agricultor estava colhendo soja em sua propriedade quando foi abordado e morto. "Eles contaram tudo com frieza e riqueza de detalhes. Disseram que não estavam arrependidos", disse o investigador. A perícia mostrou que o corpo foi arrastado, escondido no meio de galhos e encontrado apenas 20 horas depois do homicídio.

O terceiro menor envolvido (também com 14 anos) era amigos dos outros dois e se conheciam porque estudavam juntos na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Godoy Moreira.

A Justiça expediu autorização de apreensão por 45 dias e os três estão detidos na carceragem da delegacia de São João do Ivaí, em cela separada dos demais presos e com acompanhamento de conselheiros tutelares. Segundo o investigador Gomes, mesmo na cadeia os três tomam medicação controlada para problemas mentais todas as noites.

O vice-diretor da Apae de Godoy Moreira, Marcelo Pavaneli, se diz chocado com o fato. "Eles estudam há três anos na escola e nunca tiveram um comportamento agressivo. São muito tranquilos, amigos de todos", afirma. Os jovens nunca deram problemas na escola, não costumavam faltar e teriam ido à aula inclusive no dia da morte de Brito.

Segundo Pavaneli, um psicólogo e um neurologista, que trabalham com a Apae, emitiram um laudo à delegacia nesta sexta-feira (24), afirmando que os jovens têm deficiência mental leve. "À primeira vista você não percebe que eles têm deficiência, mas basta conversar com eles para verificar. Um deles, por exemplo, quando chegou à escola, com 11 anos, não sabia quantos irmãos tinha nem o nome deles", conta.

Os rapazes ainda não têm advogados, mas um profissional deve ser nomeado em breve pela Justiça. De acordo com o delegado, se for confirmado que os rapazes são portadores de deficiência mental, a pena deles pode ser atenuada. Novos exames psicológicos e neurológicos devem apontar o nível de consciência dos menores no momento do crime e dizer se eles sabiam o que estavam fazendo.

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