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Evasão no Noroeste e Centro-Oeste do Paraná em 2010

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Cidades com evasão acima da média nacional

Amaporã: 4,1% (EF) / 10,9% (EM);Araruna: 5,3% (EF) / 10,8% (EM);Boa Esperança: 3,2% (EF) / 17,1% (EM);Fênix: 3,9% (EF) / 11,3% (EM);Itaguajé: 4,9%(EF) / 19,5% (EM);Juranda: 4,1% (EF) / 12,5% (EM);Mandaguaçu: 4% (EF) / 15,3% (EM);Paranapoema: 8,2% (EF) / 19,3% (EM);Peabiru: 4,1% (EF) / 14,5% (EM);Prado Ferreira: 7,1% (EF) / 21,5% (EM);Quinta do Sol: 10,6% (EF) / 16,3% (EM);Santa Fé: 4,2% (EF) / 14,2% (EM)

SÓ ENSINO FUNDAMENTAL

Cidades com evasão acima da média nacional

Bela Vista do Paraíso: 4,6%;Centenário do Sul: 4,6%;Cidade Gaúcha: 3,2%;Corumbataí do Sul: 3,7%;Cruzeiro do Sul: 3,4%;Formosa do Oeste: 4,8%;Jaguapitã: 4%;Mariluz: 4,4%;Ourizona: 3,4%;Paranacity: 3,3%;Quarto Centenário: 6,9%;Sarandi: 4,1%

SÓ ENSINO MÉDIO

Cidades com evasão acima da média nacional

Arapuã: 11,5%;Astorga: 10,4%;Bom Sucesso: 11%;Califórnia: 14,2%;Colorado: 12,9%;Floresta: 21,4%;Iguaraçu: 13,8%;Jardim Alegre: 10,9%;Lunardelli: 14,3%;Mandaguari: 12%;Maria Helena: 11,8%;Marialva: 13,4%;Marilândia do Sul: 11,8%;Moreira Sales: 14,7%;Munhoz de Melo: 18,7%;Perobal: 13,4%;Sabáudia: 13,3%;Santo Inácio: 10,5%;São Carlos do Ivaí: 12,2%;São Jorge do Ivaí: 10,6%;Tamboara: 16,5%;Uniflor: 14,9%;Xambrê: 20,1%

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)

Pelo menos 47 municípios das regiões Noroeste e Centro-oeste do Paraná tiveram evasão escolar acima da média nacional no ano passado (confira lista no box abaixo). No caso do ensino fundamental, o índice nessas localidades ultrapassou 3,1% e no do ensino médio, 10,3%, o que é visto com preocupação pelas autoridades. Os números são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Prado Ferreira, no Noroeste, e Quinta do Sol, no Centro-oeste, são exemplos dessa estatística. A evasão escolar nesses municípios é maior do que a média nacional nas duas modalidades de ensino verificadas. Em Prado Ferreira, a situação é mais grave no ensino médio, no qual foi registrado o abandono de 21,5% dos alunos. Já em Quinta do Sol, o problema maior é no ensino fundamental, com índice de 10,6%.

A neta de Ana Alves de Souza e Silva, que mora em Prado Ferreira, está nas estatísticas do Inep. Ela parou de ir às aulas quando repetia a 6ª série do ensino fundamental . Perguntada sobre os motivos que a fizeram deixar a escola, respondeu que não gosta da supervisora. Por trás dessa insatisfação, porém, escondem-se sérios problemas familiares. O pai morreu e a mãe está presa. "Eu falo para ela voltar à escola, mas não adianta. Hoje o estudo é tudo na vida, até para varrer rua tem de estudar", disse a avó.

Segundo o Inep, as regiões Noroeste e Centro-oeste respondem por 35% do total de municípios paranaenses com índices de evasão acima da média nacional. No estado, a média de abandono no ano passado é menor que a nacional: 2% no ensino fundamental e 6,7% no médio. Quando se observam os números de 2006, nota-se uma evolução no estado. A taxa no ensino médio, por exemplo, era de 13,5% naquele ano, o dobro da atual.

Apesar de essa taxa estar em queda tanto no Paraná como no Brasil ao longo dos últimos cinco anos, o estado tem 134 cidades com índice de evasão escolar acima da média nacional.

Combate ao abandono une escola e comunidade

O casal José Roberto Roveri e Marineide Vitorino dos Santos tem duas filhas, Giovanna, de 9 anos, e Júlia, de 13. Orgulhosos, os pais contam que as duas são alunas exemplares, sempre exibindo notas altas e participando de atividades extraclasse. "Apesar de estar em uma cidade pequena, a escola tem uma estrutura muito boa. Ela oferece várias atividades e consegue prender a atenção do aluno", observa Roveri, cartorário que cresceu em Atalaia e estudou nas mesmas escolas que as filhas.

Mesmo aqueles mais distantes da escola conseguem manter a frequência nas aulas. Distante seis quilômetros do centro da cidade, a vila rural abriga várias crianças que se deslocam diariamente à Atalaia para estudar. Neli Gimenez Garcia e Vanilda Assis estão entre as mães que se esforçam para garantir o estudo dos filhos. "O estudo é tudo na vida, né? Alguns deles não gostam de ir para a aula, mas a gente fica em cima", conta Neli. De acordo com ela, o Conselho Tutelar também exerce uma forte fiscalização sobre os faltosos.

Na região Sudoeste, o município de Enéas Marques é outro exemplo, com uma das menores taxas de abandono do Paraná, de 0,1%. A secretária municipal de Edu­­cação, Cleri Mary Cam­­pos, diz que em 2006 foi iniciado um trabalho de acompanhamento dos estudantes faltosos. "Se o aluno falta dois dias sem justificativa, a diretora e uma coordenadora vão até a casa dos pais saber o que está acontecendo. Isso faz com que quase não tenhamos desistências".

Secretaria quer ampliar turno

Aumentar o tempo de permanência dos alunos no colégio e aproximar a família da escola. Essas têm sido algumas das iniciativas adotadas pela Secretaria de Estado da Educação para combater o abandono escolar no Paraná. A superintendente da pasta, Meroujy Cavet, diz que uma das ideias é ampliar o ensino em tempo integral. "Muitas vezes perdemos o aluno para a rua. Ele precisa entender que a escola é dele", ressalta. Nesse sentido, também estão sendo intensificadas as atividades de contraturno, com práticas esportivas, culturais e recreativas.

A secretaria incentiva ainda reuniões entre as direções das escolas e os pais. "Os pais também precisam participar do processo educativo, por isso nós pedimos que eles colaborem", diz Meroujy. A professora Andrea Gouvea, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), acredita que a responsabilidade pelo estudante deve ser compartilhada entre escola e família.

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