Preocupados com o possível fim do contrato entre a Sanepar e a Prefeitura de Maringá, que, conforme decisão da Justiça, pode ocorrer em agosto deste ano, dois vereadores da cidade visitarão, nos próximos dias, Uberlândia/MG e Uberaba/MG, onde o sistema de tratamento de água e esgoto é municipalizado. A visita é a última etapa dos estudos de uma comissão formada por cinco parlamentares que, há quase seis meses, está levantando informações técnicas sobre saneamento básico.

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As cidades mineiras foram escolhidas porque têm porte semelhante ao de Maringá – Uberaba é um pouco menor que a Cidade Canção, enquanto Uberlândia se parece com Londrina. A ideia dos vereadores é avaliar o custo e a qualidade do serviço nesses municípios. Depois das visitas, as informações serão reunidas em um relatório, que será apresentado à Câmara.

O presidente da comissão, Mário Veri (PT), diz que a escolha dos parlamentares que viajarão será feita ainda nesta semana, por consenso. Também integram o grupo Flávio Vicente (PSDB), Aparecido Zebrão (PP), Dr. Sabóia (PMN) e Paulo Soni (PSB). A viagem, que acontecerá em 8 e 9 de março, será custeada pela Câmara. Ainda não há, contudo, uma previsão de gastos.

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"Formamos a comissão para avaliar o que será melhor para a cidade: municipalizar o serviço ou continuar com a Sanepar? Também queremos criar parâmetros para avaliar a qualidade que a Sanepar presta na nossa cidade", diz Verri.

Os parlamentares já visitaram Marechal Cândido Rondon, no Oeste do estado, que também municipalizou o tratamento de água e agosto. Eles também colheram informações do saneamento de Londrina e Cascavel, que, assim, como Maringá, têm contrato com a Sanepar. Após a visita a Minas, eles pretendem comparar essas informações, de forma a aponta a solução mais adequada para a cidade.

Verri disse que não é possível antecipar os resultados obtidos até agora, "Ainda estamos elaborando relatório. O cruzamento de dados será feito mais tarde. Além disso, vamos divulgar o relatório todo de uma vez."

Validade do contrato é questionada na Justiça

Apesar do trabalho dos vereadores, o vencimento do contrato entre a Sanepar e a Prefeitura de Maringá é questionado na Justiça. Na decisão mais recente, no início de fevereiro, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) suspendeu a anulação do aditivo contratual firmado em 1996, que permite a companhia seguir na cidade até 2040. Na prática, a decisão de TJ-PR estabelece que o contrato segue valendo, pelo menos até o julgamento do processo.

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O aditivo polêmico é questionado pelos vereadores e pelo Ministério Público, porque não passou pela Câmara Municipal. Em decisão anterior à do TJ-PR, o juiz Airton Vargas da Silva, da 2ª Vara Civel de Maringá, concedeu liminar contra a prorrogação do contrato.

Verri diz que a comissão não concentra esforços nessa questão, que está sendo acompanhada pelo departamento jurídico da Câmara. "Nosso foco é buscar as melhores soluções para a cidade", diz. A previsão inicial era de que o trabalho da comissão fosse concluído no ano passado, mas a eleição de Verri para a presidência do PT municipal e a vasta agenda de votações que dominou a Casa no fim do ano, atrasaram o trabalho.

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