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A Polícia Federal divulgou a identidade do homem detido em Maringá nesta terça-feira (7) durante a operação "Zero Grau", comandada pela PF de Naviraí (MS). Ademir Fernandes foi preso suspeito de integrar uma quadrilha de contrabando internacional de cigarros. Ele era um dos motoristas dos caminhões frigoríficos que transportavam o produto falsificado trazido do Paraguai. Fernandes já havia sido preso outras duas vezes sob a mesma acusação.

As investigações da PF apontavam para o envolvimento de uma segunda pessoa residente em Maringá que também faria parte da quadrilha. Contudo, Dejair Moraes da Silva já se encontrava preso na cidade desde março, quando foi pego em flagrante transportando dois quilos de cocaína. "A PF também deu ciência a ele sobre essa nova acusação", disse o delegado da PF, Alexander Noronha Dias. Os dois suspeitos encontram-se na Delegacia da Polícia Federal de Maringá.

A operação "Zero Grau" foi deflagrada em várias cidades do Mato Grosso do Sul e em duas no Paraná (Maringá e Alto Paraíso). Ao todo a Polícia Federal prendeu nove pessoas e apreendeu três veículos nesta terça-feira (7). A ação foi resultado de vários inquéritos que foram conduzidos pela PF de Naviraí (MS) que apura a atuação de quadrilha dedicada ao contrabando de cigarros em grande escala utilizando carretas-tanque e caminhões frigoríficos , daí o nome da operação. O delegado Dias explicou que os integrantes da quadrilha utilizavam notas frias para atestar o transporte de cargas perecíveis em caminhões, o que dificultava a fiscalização, já que os baús são lacrados.

Outros mandados (entre prisões e busca e apreensão) foram cumpridos em Campo Grande (MS), Dourados (MS), Ponta Porã (MS) e Eldorado (MS). O braço da organização criminosa voltado à operacionalização do transporte da mercadoria encontra-se sediado em Eldorado.

Foram mobilizados 70 policiais federais dos dois estados para essa operação. Segundo a PF, a especialização da prática criminosa ficou constatada ao longo de quase 12 meses de investigação. De Eldorado eles distribuíam grande quantidade de cigarros oriundos do Paraguai nas regiões sul e sudeste do Brasil. A PF de Maringá trabalhou dando apoio à PF de Naviraí.

Investigação

Entre os meses de fevereiro a maio de 2008 foram instaurados sete inquéritos policiais decorrentes da apreensão de cigarros transportados em caminhões frigoríficos, totalizando 1,4 milhão de maços. Na maioria das vezes os caminhões seguiam em comboio e eram acompanhados por carros de apoio, vulgarmente conhecidos como "batedores".

Os membros da organização criminosa possuem funções bem definidas de "gerentes", "proprietários de caminhões", "motoristas", "batedores" e "olheiros". Os veículos apreendidos estavam, na maioria das vezes, financiados e/ou registrados em nome de terceiros, "laranjas" - estratégia utilizada pela quadrilha para afastar a possibilidade de vincular seus membros ao crime.

Durante as ações policiais, também foram apreendidas notas fiscais falsificadas de empresas frigoríficas, juntamente com certificados sanitários. Tais documentos eram utilizados pela quadrilha para pretensamente amparar a carga transportada e iludir uma possível fiscalização.

As investigações revelam uma possível simulação de contratos de locação dos veículos (caminhões), com datas retroativas a apreensão, confeccionados exclusivamente para fazer prova de que o caminhão estaria alugado para terceiros, ensejando a boa-fé do proprietário e isentando-o da responsabilidade criminal, o que facilitaria a restituição do veículo apreendido.

Os indivíduos identificados como gerentes da quadrilha assumem a responsabilidade de fazer a ponte entre o remetente da mercadoria e seus destinatários finais. Apurou-se que os remetentes, verdadeiros contratantes do transporte, encontram-se sediados no Paraguai, na região de Salto Del Guairá, enquanto os compradores localizam-se em cidades diversas das regiões Sul e Sudeste do país, nos estados do Paraná e São Paulo.

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