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O filme Renoir, de Gilles Bourdos, foi o que atraiu mais maringaenses na edição deste ano do Festival Varilux | Divulgação/ reprodução do filme
O filme Renoir, de Gilles Bourdos, foi o que atraiu mais maringaenses na edição deste ano do Festival Varilux| Foto: Divulgação/ reprodução do filme

Festival Varilux pluraliza circuito

O Festival Varilux de Cinema Francês é um importante painel para o público ter acesso a filmes que, dificilmente, ganhariam o merecido espaço nos cinemas nacionais pelo meio tradicional. Foram 15 produções contemporâneas, exibidas em 70 salas em 40 cidades brasileiras.

Devido ao reconhecimento atingido pelo festival, todos os filmes que integraram a programação deste ano já tiveram os direitos comprados por distribuidoras para lançá-las em circuito comercial. Segundo dados do site Filme B, mais de 80% dos lançamentos no mercado nacional em 2012 corresponderam a produções norte-americanas. Trata-se de uma dominação desleal frente a tantas cinematografias e o Varilux entra para equilibrar a balança. O festival é uma vitrine cultural e multifacetada que abrange desde filmes premiados e celebrados pela crítica até títulos mais discretos, que não receberam tanta atenção do público no país de origem.

A qualidade das obras nem sempre é unanimidade. De qualquer forma, os filmes garantem experiências interessantes e acabam nos informando sobre o que há de mais novo no país-berço da sétima arte. (Elton Telles)

Confira críticas de filmes exibidos pelo festival em Maringá no blog Pós-Première.

De 2012 para 2013, o público do Festival Varilux de Cinema Francês cresceu 30% em Maringá. No total, foram 1.530 pagantes neste ano, contra 1.178 no ano passado, de acordo com o Cineflix, empresa que exibiu os filmes das duas edições locais do festival. Esse crescimento, de acordo com a administração do cinema, demonstra que há interesse do maringaense por produções consideradas alternativas.

A rede afirma que Maringá é a segunda cidade com maior receptividade a projetos semelhantes ao do Festival Varilux. Segundo o gerente de marketing do Cineflix, Juliano Tortelli, o público maringaense é um dos que mais exigem filmes legendados, artísticos e cults na grade de programação. "Maringá é um dos lugares onde percebemos melhor resposta a projetos culturais e artísticos."

A proprietária da Aliança Francesa em Maringá, Elisabeth Dei Ricardi, uma das incentivadoras do Festival Varilux no Brasil, diz acreditar que o público maringaense é bastante receptivo a apresentações culturais. "O festival tem uma importância nacional e havia uma carência do público que não mora nas capitais. A boa receptividade maringaense demonstra isso."

Graças ao crescimento do público, a edição de 2014 do Festival Varilux já está confirmada para Maringá.

Espectadores

De acordo com o Cineflix, o filme que mais atraiu o público maringaense nesta edição foi Renoir, de Gilles Bourdos. O título conta parte da história do pintor impressionista francês Auguste Renoir. A jornalista e produtora cultural Rachel Coelho, 31 anos, assistiu ao filme. Na opinião dela, é "bem artístico e com uma fotografia muito bonita."

No total, Rachel assistiu a 12 dos 14 filmes do Festival Varilux neste ano. Ela conta que não conseguiu assistir ao filme O Homem Que Ri, do diretor Jean-Pierre Améris, na noite de quinta-feira (16), porque os ingressos para a sessão esgotaram, mesmo em sessões vespertinas em dias úteis. "Achei surpreendente o interesse das pessoas neste ano."

O auxiliar administrativo Maurício Bonifácio dos Santos, 38 anos, diz-se um apaixonado por cinema, especialmente por aquele produzido fora de Hollywood. Neste ano, Ele se programou e comprou os ingressos para os 14 filmes do Varilux antecipadamente. "Achei a seleção de filmes maravilhosa. Foram escolhidos filmes bem diferentes, mas todos de ótima qualidade."Para estimular a participação de maringaenses nos eventos culturais, Santos defende que os organizadores ofereçam preços mais acessíveis para as sessões. "Consegui ir a todos os filmes [do Varilux] porque me planejei e porque pago meia-entrada. Se não fosse assim, seria mais difícil ir a todos os filmes, mesmo querendo muito."

Rachel Coelho sugere que a organização do festival pense, para a próxima edição, em um passaporte, com preço diferenciado, que daria acesso a todos os filmes. "Acho que isso poderia estimular quem gosta de cinema e até quem não conhece tanto [do cinema francês] a participar do festival."

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