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Diagnosticada há 11 anos com psoríase, a pedagoga Luciane Mary Cordeiro Diaz hoje esbanja autoestima e leva uma vida melhor com os filhos Larissa e Pablo | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Diagnosticada há 11 anos com psoríase, a pedagoga Luciane Mary Cordeiro Diaz hoje esbanja autoestima e leva uma vida melhor com os filhos Larissa e Pablo| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

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Confira os sintomas das doenças autoimunes mais conhecidas:

- Lúpus: fadiga, febre, perda de peso, artrite, lesões de pele (geralmente em áreas expostas ao sol, couro cabeludo, orelhas, face) lesões em mucosas, urina com muita espuma ou sangue, sangramentos.

- Psoríase: lesões na pele que não cicatrizam, são vermelhas e descamativas.

- Artrite reumatoide: mal estar; febre baixa, suores, perda de apetite, perda de peso, fraqueza, humor deprimido ou irritado, dores nas articulações, na maioria das vezes de forma simétrica, ou seja, nos dois lados do corpo.

- Diabetes tipo 1: sede e urina excessivas, mal-estar geral, perda de peso e fadiga.

- Esclerose múltipla: pequenas turvações da visão ou pequenas alterações no controle da urina, fraqueza, entorpecimento ou formigamento nas pernas ou de um lado do corpo, diplopia (visão dupla) ou perda visual prolongada, desequilíbrio, tremor e descontrole dos esfíncteres.

- Tiroidite de Hashimoto: ressecamento da pele e dos cabelos, depressão, fadiga, ganho de peso, constipação intestinal e, no caso das mulheres, alterações do ciclo menstrual.

Elas atacam partes distintas do corpo e continuam a causar choque entre os pacientes, pois não há cura e, em quase todos os casos, não há regressão das lesões causadas por elas. Mas o diagnóstico precoce das doenças autoimunes – causadas pelas defesas do próprio corpo – pode fazer toda a diferença na evolução de males como o lúpus, a psoríase, a artrite reumatoide e a esclerose múltipla.

"É importante procurar o médico ao menor sinal de que algo não vai bem", orienta o médico Niazy Ramos Filho, especialista em clínica médica do Hospital das Clínicas. De acordo com ele, quanto antes iniciar o tratamento, mais chances o paciente tem de não sofrer sequelas graves. Outra orientação é buscar um clínico geral para que haja uma avaliação inicial e posterior encaminhamento para outras especialidades. Isso porque as doenças autoimunes são tratadas por especialistas diferentes.

Cientistas e médicos no mundo todo pesquisam sobre cada doença autoimune na tentativa de encontrar os motivos para o seu aparecimento e aumentar a sobrevida dos pacientes. "Para desenvolver uma doença autoimune é preciso ter predisposição genética, ser submetido a uma exposição específica do meio em que se vive e, logicamente, apresentar um desequilíbrio no sistema imunológico", afirma Carlos Sperandio Junior, especialista em clínica médica nos hospitais Santa Cruz e Nossa Senhora das Graças.

Ainda não há comprovações para os motivos pelos quais nossas próprias defesas encaram o organismo como adversário. Mas no campo do tratamento, novas drogas são capazes de oferecer ao paciente vida normal durante muito tempo. "O tratamento evoluiu bastante nos últimos anos, como as drogas imunobiológicas para a artrite reumatoide e as insulinas análogas para uso de diabéticos tipo 1", conta Niazy Ramos Filho.

Apesar de não haver comprovação científica, traumas em geral abalam o psicológico e, com ele, o sistema imunológico. Portanto, são comuns casos de pacientes que desenvolveram ou que pioraram os sintomas de doenças autoimunes após um evento traumático. Foi o caso da pedagoga Luciane Mary Cordeiro Diaz, diagnosticada há 11 anos com psoríase – manchas vermelhas e descamativas, que normalmente atingem as áreas articulares, como joelho e cotovelo, e o couro cabeludo. Ela passou por um problema conjugal e muito estresse antes das primeiras lesões aparecerem. "Recebi o diagnóstico já na primeira consulta, mas me recusava a aceitar que não havia cura. Enquanto isso as lesões só aumentaram e se espalharam para o corpo inteiro", conta a pedagoga, que conviveu mal com a doença durante muitos anos. A situação só melhorou após uma cirurgia para redução do estômago. "Ter psoríase e ser obesa era demais pra mim. Tinha vergonha de tudo, usava mangas compridas no verão", completa Luciane. Emagrecer e adotar uma alimentação saudável fizeram sua estima melhorar e ficar em paz com sua doença. "Faz dois anos que convivo super-bem com a psoríase, desencanei de tudo e as lesões diminuíram bastante."

Para o médico Carlos Sperandio Junior, se for possível fazer com que o paciente leve uma vida mais tranquila e prazerosa, há uma chance maior dele controlar com mais eficácia os sintomas.

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