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Somente neste ano, os cinemas Maringá já exibiram ao menos oito filmes em 3D | Fábio Dias
Somente neste ano, os cinemas Maringá já exibiram ao menos oito filmes em 3D| Foto: Fábio Dias

Pesquisas que desembocaram na tecnologia 3D começaram no século 19

As pesquisas que resultaram na tecnologia das três dimensões começaram no século 19. Segundo a Cinemathèque Française, o pontapé inicial foi a invenção do estereoscópio, pelo físico britânico Charles Wheatstone, em 1849. Com esse aparelho, as pessoas conseguiam ver desenhos e imagens de fotografias em alto relevo.

Em 1890, o também britânico William Friese-Greene levou a tecnologia ao cinema. Ele inventou uma câmera baseada no estereoscópio, de modo que o efeito do alto relevo pudesse ser aplicado a imagens em movimento, numa época em que o cinema ainda engatinhava – o francês Louis Lumière só lançou o tão falado filme L’Arrivée Du Train Em Gare em 1935.

Depois de vários aprimoramentos, a tecnologia 3D teve sua primeira idade de ouro na década de 1950, sobretudo nos Estados Unidos. A ficção científica A Ameaça Veio do Espaço (1953) e os thrillers Museu de Cera (1953) O Monstro da Lagoa Negra (1953) e até mesmo Disque M Para Matar, este de Alfred Hitchcock, levaram vários curiosos pelos óculos de lentes coloridas aos cinemas.

Os anos 1980 também foram marcantes na história do 3D. A produção, no entanto, ficou praticamente focada nos thrillers, que, historicamente, sempre tiveram público numeroso. Entre os lançamentos em 3D desse período estão Parasite (1981), Sexta-feira 13 Parte 3 (1982) e Amytiville III, O Demônio (1983).

Para a Cinemathèque Française, a segunda idade de ouro do cinema 3D começou nos anos 2000, com a retomada em grande escala da produção de filmes nesse formato. A novidade é que, nesta década, a pluralidade de gêneros é maior. Entre os lançamentos estão thrillers (Dia dos Namorados Sangrento, de 2009); animações (O Expresso Polar, 2004); e aventuras. Neste último grupo, o filme mais lembrado é Avatar (2009).

O cinema 3D veio para ficar. Esta é a opinião da gerência das empresas Cinearaújo e Cinesystem, as únicas que realizam exibições de filmes em três dimensões em Maringá. O principal argumento delas é a adesão em massa do público, que pode ser constatada a olhos nus: desde Avatar (2009), do canadense James Cameron, que inaugurou as duas primeiras salas com essa tecnologia na cidade, todas as sessões de filmes em 3D praticamente lotam no fim de semana de estreia.

Os dados falam por si. No Cinearaújo, o gerente regional Angelo Pina Neto revelou que, enquanto as sessões convencionais costumam encher apenas metade das salas, as sessões 3D são disputadas a tapas, obrigando, muitas vezes, o espectador a comprar o ingresso com antecedência, para garantir um assento, no fim de semana de estreia. A gerente de marketing do Cinesystem, Sâmara Kurihara, não revelou dados sobre a lotação das salas, mas disse que "nas últimas estréias [de filmes 3D], diversas sessões ficaram lotadas".

Para eles, a constatação joga por terra a previsão dos mais céticos de que o cinema 3D não "pegaria" na cidade, por conta do custo mais elevado dos ingressos – com exceção dos dias promocionais, o preço da inteira chega a R$ 18. Segundo Sâmara, apesar do investimento ser maior, sobretudo por conta dos projetores 3D, a expectativa de adesão do público era muito otimista desde o início. "As pessoas até perguntavam quando estrearíamos a sala 3D", contou. "Há demanda para ela [a tecnologia 3D em Maringá]."

É necessário considerar que o volume de filmes lançados em 3D ajuda e muito. Quando o espectador chega na bilheteria e vê que o mesmo filme está passando nas versões convencional e 3D, ele tende a optar pela segunda. Depois de Avatar, os cinemas de Maringá exibiram Como Treinar o Seu Dragão, Fúria de Titãs, Shrek Para Sempre, O Último Mestre do Ar, Meu Malvado Favorito e a trilogia Toy Story – os dois primeiros títulos, lançados em 1995 e 1999, foram relançados em 3D na cidade.

E não vai parar por aí. Neto afirmou que há pelo menos mais seis filmes em 3D para chegarem aos cinemas de Maringá neste ano. Em setembro, haverá dois: Resident Evil: Afterlife e Como Cães e Gatos – A Vingança de Kitty Galore. Em outubro, será a vez de Jogos Mortais: O Final, Piranha 3D, A Lenda dos Guardiões e Garfield 3D – Um Super Herói Animal. "A tecnologia 3D não veio para salvar o cinema da falta de público, mas é uma alternativa que resgata a magia das salas de exibição", afirmou Neto. "Para mim, a tendência é que a produção de filmes em 3D só aumente."

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