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Atualmente, oito faixas estão em circulação pela cidade, sendo colocadas principalmente em cruzamentos onde existe um fluxo maior de tráfego | Divulgação
Atualmente, oito faixas estão em circulação pela cidade, sendo colocadas principalmente em cruzamentos onde existe um fluxo maior de tráfego| Foto: Divulgação

Algumas das lições repassadas pelo projeto

Não existe a palvra "menas", somente menos

O plural é troféus e não "troféis"

O correto é faz 10 anos e não "fazem 10 anos"

O correto é casa geminada e não "germinada"

O plural é cidadãos e não cidadões

Não se fala "di menor", mas sim, menor de idade

O certo é meio-dia e meia e não meio-dia e meio

É duzentos gramas e não duzentas gramas

Não é "perca" de tempo, mas perda de tempo

O certo é mortadela e não mortandela"

O correto é cadarço e não "cardaço"

Apesar de incorretas, expressões como "de menor" e palavras como "mindingo" e "seje" são comumente faladas e escritas por muitas pessoas. Buscando evitar a propagação destes vícios de linguagem, um advogado de Maringá iniciou uma campanha para mostrar a grafia correta e esclarecer significados dos termos.

Trata-se do projeto Sinal do Saber. Desde julho, faixas feitas com material reciclável são levadas para locais públicos, principalmente semáforos. Basta o sinal ficar vermelho para que painéis entrem em cena chamando a atenção dos motoristas e pedestres para erros comuns. As mensagens são curtas e diretas como: "O certo é meio-dia e meia e não meio-dia e meio" e "Não é perca de tempo mas perda de tempo".

"Pensei numa maneira de melhorar o nível cultural de nossa cidade. Sabemos que o desenvolvimento cultural é essencial para uma comunidade ir bem", explicou o idealizador do projeto, Lutero de Paiva Pereira. O projeto é custeado por empresas e profissionais liberais que se tornaram apoiadores culturais e tem seus nomes divulgados nos painéis.

Atualmente, oito faixas estão em circulação pela cidade, sendo colocadas principalmente em cruzamentos onde existe um fluxo maior de tráfego. A escolha dos pontos é feita a cada fim de semana, levando em consideração a realização de eventos que possam atrair um grande número de pessoas. As mensagens também são fixadas em praças e parques e divulgadas pela internet, na página que o projeto mantém no Facebook www.facebook.com.br/sinal.dosaber.

Ampliação

A receptividade da ação foi tão boa que o projeto já está sendo levado para dentro das empresas. É o caso da Catamarã Engenharia, que está orientando os funcionários a corrigirem certos vícios de linguagem. A proposta também deve ganhar outras cidades, como Cuiabá (MT). "Um empresário de uma rede hoteleira achou a ideia boa e pediu autorização para implementá-la em sua cidade", revelou Pereira.

Já a Secretaria de Cultura de Maringá autorizou a divulgação das faixas durante o desfile da Independência no próximo dia 7. Com o sucesso do projeto, o idealizador já prepara uma ampliação. Além de evitar erros gramaticais, as faixas devem, em breve, veicular informações sobre o Município e o país, além de outros temas como história mundial.

"Queremos colaborar de alguma forma para termos uma sociedade cada vez mais aculturada, o que implica num trabalho de longo prazo e esforço de muitos. De qualquer forma, se o projeto durar apenas poucos meses, espero que nesse tempo ele tenha se prestado ao fim que motivou sua criação e tenha servido para muitas pessoas."

Falta de conhecimento

Para a professora de Língua Portuguesa do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar), Débora Azevedo Malentachi, o uso incorreto da língua acaba ocorrendo por causa da simplicidade das pessoas e da falta de conhecimento.

"Muitos desses vícios de linguagem são passados pela família e pelos amigos. A pessoa acaba usando determinadas palavras até para não ser excluída socialmente. Por isso, projetos como o do Sinal do Saber são importantes. Se a pessoa compreende o uso da língua, passa a falar corretamente."

Débora lembra que mesmo as pessoas que conhecem mais a língua acabam usando palavras gramaticalmente inadequadas. "A língua portuguesa é muito rica. Para se comunicar com maior clareza, é importante conhecê-la", explicou a professora, que é mestre em Letras.

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