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Dona Alice ficou sem água até mesmo para lavar a louça | Ivan Amorin/Gazeta do Povo
Dona Alice ficou sem água até mesmo para lavar a louça| Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo
  • Trabalho de reparo da adutora que se rompeu levou cerca de 36 horas

Maringá viveu dias de seca durante o fim de semana, depois que o rompimento de uma adutora da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) deixou aproximadamente 250 mil pessoas sem água na cidade, o equivalente a 75% da população de 330 mil habitantes. Até a noite desta segunda-feira (9), duas regiões que representam 13,5% da cidade, continuavam com o abastecimento interrompido. A previsão da Sanepar é que apenas durante a manhã desta terça (10) a distribuição esteja completamente normalizada.

O problema começou na noite de sexta-feira (6), quando um deslizamento de terra descobriu uma das adutoras da Sanepar, causando um rompimento. O conserto durou aproximadamente 36 horas, mas o trabalho de reparação do local ainda não foi concluído. Segundo o coordenador industrial da Sanepar, José Fernando de Oliveira, serão necessários pelo menos dez dias para que o terreno seja devidamente restabelecido, e ele tem pressa na retomada dos trabalhos. "No mesmo local onde houve o rompimento, existe um ponto ainda frágil ao lado, por isso temos que dar continuidade no trabalho", disse Oliveira.

Transtornos

A família de Alice Dorneles Costa foi uma das milhares que sofreu com a falta de abastecimento. "Ontem (8) eu saí de casa para não gastar toda a água. Fui para casa de minha mãe, mas lá também não tinha uma gota", disse a moradora do Miozotis, bairro que até o início da noite desta segunda (9) continuava sem água. Com seis pessoas em casa e contando apenas com um pequeno reservatório, Alice estava sem água já desde sexta-feira (6). "Minha louça está sem lavar e minha neta não pode tomar banho", reclama. Segundo ela, os vizinhos estão todos na mesma condição.

Os caminhões-pipa da Sanepar atenderam as situações de emergência durante o fim de semana, abastecendo hospitais, creches e algumas escolas que iriam iniciar as atividades nesta segunda. Algumas pessoas foram até a estação de tratamento com baldes e galões para levar água para casa e suprir as necessidades básicas.

O problema se repete

Não é a primeira vez que grande parte da população de Maringá fica sem água. Em janeiro de 2007, a cidade já havia sofrido com um drama semelhante. Na ocasião, a mesma adutora se rompeu e deixou grande parte da população sem abastecimento por dois dias, mas as causas foram outras, explicou Oliveira. "O problema não se repetiu no mesmo local. Da outra vez, a adutora estava numa região de alagamento, e agora o problema foi causado pela água da chuva que escorre para o córrego. O lixo no local também contribuiu", disse o coordenador da Sanepar.

De acordo com Oliveira, desde que a Sanepar teve o problema em 2007, as vistorias no percurso da adutora foram intensificadas, sendo feitas a cada dois meses, e o trabalho de prevenção é constante. "Esse não era um ponto crítico", justificou Oliveira, sobre o local onde o cano se rompeu na sexta-feira. "Vamos trabalhar para que o problema se repita, mas não podemos prever a natureza", disse.

A Estação de Tratamento da Sanepar, localizada no Jardim Alvorada, recebe água do Rio Pirapó por meio de duas adutoras, uma com vazão 420 litros por segundo, e uma maior, com vazão média de 480 litros por segundo. Na sexta-feira, quando técnicos perceberam uma forte diminuição na vazão de água que chegava à estação de tratamento, percorreram os 12,8 km do percurso das adutoras e detectaram o problema na maior delas. No sábado (7), por volta das 20h, a equipe chegou a concluir o trabalho, mas com a pressão da água o cano cedeu novamente. Durante esse período, o sistema de abastecimento de Maringá funcionou com apenas 40% da capacidade.

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