• Carregando...

Três pessoas foram presas e 16 veículos de luxo apreendidos na madrugada desta segunda-feira (11) em uma operação do Núcleo de Repressão ao Crime Econômico (Nurce) de Maringá. Os homens são acusados encabeçar uma quadrilha, formada por mais de 40 pessoas, acusada de roubar cerca de R$ 30 milhões de instituições financeiras localizados em várias cidades do Paraná, como Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu.

A operação cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão nas cidades de Apucarana, Cambé, Arapongas ( todas no Norte do Paraná) e Astorga (Noroeste do estado). Segundo o investigador Sérgio Eduardo Lopes, a Nurce de Maringá está investigando a quadrilha desde o fim de 2007.

M.M.N., de Cambé, e O.M. e A.C.C., ambos de Arapongas, foram presos na madrugada de segunda-feira. Os policiais ainda procuram por E.V., também de Arapongas, que está foragido. "Uma diligência do Mato Grosso já está à procura dele", conta o policial Lopes.

O golpe

Segundo a Nurce, a quadrilha constituía uma empresa, em nome de laranjas, geralmente ligada ao ramo de confecções ou transportes, e procurava bancos para abrir crédito financeiro de compra de veículos, construção e troca de cheques (antecipação de recebíveis). "Em alguns casos eles alugavam um escritório para servir de fachada", conta o investigador Lopes. Após um tempo, o bando pegava cheques de "laranjas", com valores de aproximadamente R$ 500 mil cada, sacava o dinheiro no banco e desaparecia.

Segundo o delegado da Nurce de Maringá, Fernando Hernandes Martins, as investigações iniciaram após uma denúncia que chegou da Secretaria Estadual de Segurança Pública. "Foi uma operação complicada, pois os mentores sempre utilizavam nomes falsos", explica.

Os policiais conseguiram chegar aos organizadores da quadrilha através de interceptações telefônicas, rastreamento de contas bancárias, veículos e movimentações financeiras. O delegado conta que os integrantes presos viviam como milionários. "Todos os carros que foram apreendidos e que estamos procurando eram de propriedade deles", informou Martins.

Segundo o delegado, o juiz Cláudio dos Santos, da 1ª Vara Criminal de Maringá, não expediu mandado de prisão aos outros 35 suspeitos por falta de provas. "Muitas dessas pessoas podem não saber que seus documentos ou cheques foram utilizados para esses fins. Elas podem ter sido assaltadas. Agora vamos investigar qual a real participação de cada um no esquema", afirma. De acordo com o policial Lopes, os veículos apreendidos são, em sua maioria, carros de luxo, caminhonetes de alto valor, carretas e até motos importadas. "Ainda estamos procurando outros 40 veículos, todos do mesmo padrão. São automóveis e caminhões comprados com o dinheiro dos golpes. Eles devem ser restituídos às instituições financeiras ou leiloados futuramente", explica o policial.

Os três homens que foram presos estão sendo ouvidos na Nurce de Maringá e ficarão detidos na carceragem da 9ª. Subdivisão de Polícia Civil de Maringá. Eles devem responder por estelionato e formação de quadrilha.

Atualização

Em junho de 2020, o juízo da 2.ª Vara Criminal de Maringá determinou o arquivamento do processo em razão da prescrição do prazo de recebimento de denúncia pelo Ministério Público. Os nomes dos acusados citados na reportagem foram substituídos por suas iniciais.

Atualizado em 04/07/2022 às 12:25
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]