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Apenas três programas de pós-graduação do Paraná possuem conceito internacional, segundo avaliação trienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), divulgada neste mês. O destaque do ranking é a Universidade Estadual de Maringá (UEM), detentora de dois desses programas: Zootecnia e Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais.

O terceiro do estado é o programa de mestrado e doutorado em Direito, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Todos mantiveram a nota 6, já conquistada no último exame, divulgado em 2007, e que garante o status de qualidade internacional - a nota máxima da avaliação do Capes é 7, não obtida por nenhum curso do estado.

Para o pró-reitor de pesquisa de pós-graduação da UEM e membro do Conselho Paranaense de Pesquisa e Pós-Graduação, Benedito Prado Dias Filho, tanto em Maringá como em Curitiba o bom desempenho se explica pela tradição dos cursos, que são antigos.

"O programa de Ecologia de Ambiente é do final da década de 70, e se consolidou pela parceria com empresas de energia, durante a construção de grandes barragens, inclusive com a Itaipu". Já o programa em Zootecnia está próximo de fazer 35 anos, bem como o programa em Direito da UFPR.

O professor conta que outros cursos, inclusive na Universidade Estadual de Londrina (UEL), estão prestes a entrar para o rol dos programas internacionais. "Há vários programas de nível 5 que pleiteiam elevação para nível 6, mas a Capes é bem conservadora nesses conceitos. Ela só concede essa certificação quando percebe que há consolidação da qualidade, para garantir que não se trata apenas de um pico de qualidade".

Outras universidades

Dos 31 programas de pós-graduação da UEL, seis têm nota 5. Já a UEM, além de dois programas com nota 6, tem outros cinco com nota 5. "Londrina e Maringá têm características bastante parecidas, e alguns desses cursos são programas de pós-graduação de ponta. A área de medicina veterinária, em ambas, deve ser a próxima a alcançar esse patamar", apostou.

Já o nível 7, considerado o ápice da qualificação dos mestrados e doutorados, é o passo mais difícil. "O nível 7 depende de estreitamento com universidades estrangeiras, com intercambio de alunos, professores e possibilidade de dupla titulação", explica.

"As teses e dissertações passam por banca internacional e, com isso, o diploma pode ser reconhecido em dois países. A mobilidade internacional deve ser um processo constante, e não eventual".

Cursos recém-criados depreciam notas

Mesmo com destaque em programas de alto padrão, UEL e UEM ainda concentram 21 programas (36% do total) com nota 3 - a nota 2 faz com que o curso seja suspenso.

Segundo Dias Filho, esse bloco é caracterizado por cursos muito novos, que não alcançaram grande notoriedade de pesquisas e publicações.

A alternativa para eles é seguir o modelo aplicado nos cursos já consagrados nas instituições. "Um dos objetivos na nossa pós-graduação sempre foi a verticalização do ensino. A UEM vem investindo fortemente, desde inicio dos anos 80, em formação de professores, no Brasil e no exterior. Esse pessoal volta e fomenta os nossos próprios programas", explicou.

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