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Cadeira não conta mais com assento e sofá está com o estofamento apodrecido | Fábio Dias - Gazeta do Povo
Cadeira não conta mais com assento e sofá está com o estofamento apodrecido| Foto: Fábio Dias - Gazeta do Povo

Os passos para o tombamento

- É feito o pedido do tombamento. O requerimento é protocolado na Secretaria de Estado da Cultura.

- A Coordenaria do patrimônio cultural designa um técnico para avaliar a situação do bem a ser tombado. Este funcionário elabora um relatório, que segue para análise do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná.

- O Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná (CEPHA) reúne-se uma vez ao mês em reuniões ordinárias, e sempre que necessário, a qualquer tempo, de forma extraordinária. O grupo é composto de dez membros efetivos e de dez membros consultores.

Alguns móveis avariados, cobertos de poeira e deixados em um espaço apertado. Esta é a situação em que se encontra o mobiliário que compunha a biblioteca do ex-governador Bento Munhoz da Rocha Netto, escolhido como o "maior paranaense da história" em eleição organizada pela Gazeta do Povo em 2008.

Este pedaço da história do Paraná está praticamente esquecido em um canto da Biblioteca Pública Municipal de Maringá, que leva o nome do saudoso político. Segundo um funcionário da Secretaria de Cultura de Maringá (que não quis se identificar), o mobiliário nunca foi restaurado desde que foi adquirido (na década de 1970).

"Os móveis são do início do século passado e tem um grande valor cultural, mas estão com alguns problemas. O sofá, por exemplo, está com o estofamento apodrecido. Um lustre belíssimo está quebrado e guardado, já que a biblioteca é pequena e não tem espaço para colocá-lo junto com o mobiliário", relatou.

Outro móvel com problemas é a cadeira de Bento Munhoz, que não conta mais com assento. A secretária de Cultura de Maringá, Flor Duarte não foi encontrada pela reportagem para comentar o assunto.

Diante da situação, o historiador Jair Elias dos Santos Júnior formalizou um pedido de tombamento do mobiliário junto ao Conselho Estadual do Patrimônio Cultural. Se o pedido for aprovado, Santos acredita que a prefeitura de Maringá terá condições de buscar recursos junto à Lei Rouanet para a restauração do conjunto.

"É um pedaço da história do Paraná que vai ser preservado. Além disso, Maringá passa a ter mais uma referência dentro do patrimônio cultural do Paraná", explicou Santos, que é autor de nove livros sobre a história do Paraná e da cidade de Campo Mourão. Entre os trabalhos, está a obra "Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto".

Na região Noroeste somente o prédio do Hotel Bandeirantes, em Maringá, e a ata da instalação da Câmara Municipal de Campo Mourão integram a lista de bens tombados pelo Estado.

Móveis foram doados pela esposa de Bento Munhoz

Segundo Jair Elias dos Santos Júnior, o mobiliário de Bento Munhoz da Rocha Neto foi adquirido na década de 1940 e doado logo após sua morte (em novembro de 1973) pela esposa Flora Camargo Munhoz da Rocha. Era no ambiente deste mobiliário que ex-governador recebia em Curitiba personalidades ilustres, como presidentes, ministros, embaixadores e amigos.

Os mais de oito mil livros foram entregues para a Biblioteca Pública do Paraná e para a biblioteca da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Já os móveis foram entregues para a biblioteca de Maringá, cujo prédio estava em construção, sendo inaugurado em dezembro de 1975.

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