Influências
Segundo o economista maringaense João Celso Sordi, municípios ligados a indústria automobilística como São José dos Pinhais sentiram maior influência da crise financeira de 2008, reduzindo as exportações.
Por outro lado,cidades como Maringá foram beneficiadas pelo crescimento na comercialização de grãos e da cana de açúcar. "Com o aumento da cotação do açúcar no mercado internacional, houve um aumento nos embarques desse produto", destaca.
O açúcar bruto foi o segundo item mais exportado este ano em Maringá com US$ 307,8 milhões, o que corresponde 36,8% de participação entre os produtos enviados ao exterior. Superior a isso, somente as vendas dos grãos de soja, com uma arrecadação de US$ 354 milhões, e participação de 42,4%. Entre os produtos mais vendidos também estão: bagaços e outros resíduos sólidos do óleo de soja (US$ 38,1 milhões); milho em grão (US$ 35 milhões); e álcool etílico (US$ 34.8 milhões).
Entre janeiro e novembro deste ano, o Paraná registrou US$ 10,4 bilhões em vendas para o mercado exterior, valor 26,80% menor do que o mesmo período de 2008, quando as exportações alcançaram US$ 14,2 bilhões. Os números foram divulgados esta semana pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento.
Essa queda foi registrada em praticamente todos os Estados brasileiros (exceto o Mato Grosso e o Piauí), influenciados pela crise financeira mundial, que eclodiu no final de 2008. Apesar do momento, produtos como o soja e o açúcar aumentaram suas participações entre os produtos exportados.
Os grãos de soja continuam sendo o principal item comercializado pelo Paraná. Mesmo com as vendas caindo de US$ 1,9 bilhão para US$ 1,8 bilhão, a participação aumentou de 13,41% para 17,53%. Já a comercialização do açúcar de cana para o exterior aumentou de US$ 448,3 milhões para US$ 618,1 milhões, com participação de 5,93%.
De acordo com o presidente da Associação de Produtores de Bionergia do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, as quebras de safra da cana-de-açúcar na Índia, China e Austrália abriram espaço para o produto paranaense, principalmente nos mercados da Ásia e do leste europeu. "O nosso produto tem qualidade e preço competitivo. O aumento na produção do Paraná só não foi maior por conta de problemas de ordem climática. A safra não fluiu como deveria, pois a frequência de chuvas entre agosto e novembro foi muito grande", destaca Tormena.
Ainda segundo ele, a chuva que foi vilã esse ano, atrapalhando a produção de açúcar, garantirá uma boa produtividade para a safra de 2010, uma vez que favorece a floração das plantas. Tormena estima um crescimento de 15% na produção paranaense e a manutenção de um mercado aquecido com bons preços para o açúcar.
Desempenho
Pelo terceiro mês consecutivo, o Paraná registrou redução no volume de exportações. Em novembro, o Estado comercializou US$ 767,3 milhões, valor 9,44% menor do que em outubro.
Atualmente o Paraná ocupa a quinta posição entre os estados que mais exportam. A participação paranaense é de 7,53%, atrás apenas de São Paulo (27,59%), Minas Gerais (12,80%), Rio Grande do Sul (9,68%) e Rio de Janeiro (8,81%).
Destino
O bloco asiático é o principal destino dos produtos exportados pelas indústrias do Paraná. As nações da Ásia desembolsaram US$ 2,8 bilhões, o que corresponde a uma participação de aproximadamente 27%.
Entre os principais parceiros comerciais dos paranaenses também estão: a União Européia (US$ 2,7 bilhões); o Mercado Comum do Sul - Mercosul (US$1,1 bilhão); o Oriente Médio (US$ 916 milhões); a Europa Oriental (US$ 54,5 milhões); e a Associação Latino-Americana de Integração - Aladi (US$ 871 milhões).
Este ano os cinco países que mais importaram produtos do Paraná foram: China (com US$ 1,2 bilhão), Alemanha (US$ 863,5 milhões), Argentina (com US$ 776,8 milhões), Holanda (US$ 702,1 milhões) e Estados Unidos (US$ 421,4 milhões).
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