• Carregando...

O técnico em informática Adriano Allpinhak da Silva, 27 anos, confessou ontem, em depoimento na Delegacia de Homicídios de Curitiba, que foi ele o assassino do promotor de Justiça Roberto Moellmann Gonçalves Barros, 39 anos, morto com uma facada no pescoço no dia 15 de fevereiro. A confissão de Adriano altera a história que vinha sendo divulgada pela polícia a respeito do crime. Até ontem, a versão dada por Adriano e confirmada pela polícia era a de que o técnico em informática teria participado, junto com outros dois homens, do assassinato do promotor.

Adriano chegou a ser apresentado à imprensa no último dia 27 de fevereiro junto com Anderson Marola, de 29 anos. Um retrato falado de um terceiro criminoso, de nome Marcos, também foi divulgado. Pela versão inicial, Adriano teria marcado um encontro com Moellmann à noite e levado os dois supostos parceiros no porta-malas do seu automóvel. O técnico em informática teria deixado a porta da casa do promotor propositalmente aberta para que os dois entrassem na residência.

Ainda de acordo com a versão inicial de Adriano, Anderson e Marcos teriam simulado um assalto e levado Moellmann para o quarto da empregada, onde teriam desferido a facada que o matou. Segundo sustentou Adriano, o assassinato teria sido cometido contra sua vontade, já que o combinado teria sido apenas levar dinheiro do promotor.

Ontem, porém, Adriano mudou a versão. "Ele confirmou que foi o único autor do crime. A primeira versão dada por ele foi fantasiosa", explica o delegado titular da Homicídios, Aprígio Paulo de Andrade Cardoso. Segundo ele, Adriano e Moellmann teriam se conhecido em agosto do ano passado em uma sauna no centro da cidade. A partir daí, eles se tornaram amigos, jantavam juntos e o técnico em informática passou a ser presença constante na casa do promotor.

No dia do crime, de acordo com o delegado, os dois teriam se desentendido e Adriano, que estava armado, deu duas coronhadas em Moellmann. "Ele ainda tentou fugir até o quarto da empregada, mas ficou tonto e caiu na cama. Aí, Adriano pegou uma faca na cozinha da residência e desferiu um golpe no pescoço da vítima", relata o delegado.

Segundo Aprígio, o técnico em informática estaria passando por dificuldades financeiras na época do crime. "No dia seguinte ao assassinato, Adriano fez dois saques com cartões do promotor em bancos diferentes – um de R$ 1.000 e outro de R$ 500. Ambos foram gravados pelas câmeras dos bancos e as imagens foram essenciais na investigação."

No último depoimento, Adriano afirma que envolveu as outras duas pessoas para "dividir os prejuízos do crime". De acordo com o delegado Aprígio, Adriano sabia de alguns delitos praticados por Marola e por isso o denunciou. "Tanto é que, apesar de não ter relação com esse crime, o Marola continua detido porque tinha um mandado de prisão em aberto." O terceiro criminoso, de nome Marcos, pode nem existir, segundo o delegado. "Ele não deu o endereço e nem o sobrenome dessa pessoa."

O delegado afirma que vai pedir à Justiça a decretação da preventiva de Adriano. Até o dia 24 de março, ele permanece preso temporariamente no Centro de Triagem II, em Piraquara.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]