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Com o filho Cauã no colo e longe da escola, Janaina, de 16 anos, ainda está se adaptando à rotina de mãe adolescente | Henry Miléo/Gazeta do Povo
Com o filho Cauã no colo e longe da escola, Janaina, de 16 anos, ainda está se adaptando à rotina de mãe adolescente| Foto: Henry Miléo/Gazeta do Povo

A jovem Janaina Suelem So­­­lonski, de 16 anos, passará neste domingo o primeiro Dia das Mães com o filho Cauã no colo. Ela não está sozinha. No Brasil, dos 1.960.240 partos feitos no ano passado, 468.216 (23,8%) envolviam meninas e adolescentes entre 10 e 19 anos (leia mais nesta página). Cauã completa um mês nesta segunda-feira e Janaína ainda tenta se acostumar com a nova rotina.

Ela tinha acabado de fazer 15 anos quando se mudou com a mãe e as três irmãs de um sítio em Cândido de Abreu (cidade com 16 mil habitantes nos Campos Gerais) para um bairro pobre de Ponta Grossa. Logo, Janaina conheceu Welinton Weinert, então com 16 anos. Ele foi o primeiro namorado da menina. Com um mês de relacionamento, ela se descobriu grávida.

Janaina passou a morar com o namorado quando descobriu a gravidez. Hoje, a casa de quatro cômodos acomoda os pais, os avós e uma prima de Cauã. "Eu disse que não adiantava chorar o leite derramado, o jeito era aceitar", comenta a sogra, Marilda Rodrigues Weinert, de 42 anos. Janaina não teve outra escolha. "Eu não queria ficar longe da minha mãe, mas achei que assim seria melhor", diz.

Janaina, que ainda tem traços físicos de menina e passou por uma gravidez tranquila, foi acompanhada pela reportagem desde o quarto mês de gestação. Ficou boa parte do período em casa, dormindo nos períodos da tarde e cuidando da sobrinha de 7 anos durante as manhãs. Pesava 46 quilos quando descobriu a gravidez, chegou aos 58 e emagreceu nove quilos após o parto.

Depois de pouco mais de quatro horas de contração, Cauã, que "puxou o pai", se­­­­gundo Janaina, nasceu com 3.265 quilos e 50 centímetros em um hospital público de Ponta Grossa. Agora mãe, a adolescente diz que não pretende ter outro filho tão logo. Sobre o futuro, tem pouco a dizer. "Eu não sou de ficar pensando muito no que vai acontecer pela frente", resume.

Fora da escola

Além de todas as mudanças que a vida de mãe implica, Janaina teve de abandonar os estudos. "Eu não deixei a escola só por causa da gravidez, mas porque eu estava com as notas baixas mesmo", acrescenta. A adolescente conta que pretende voltar a estudar no ano que vem, quando Cauã estiver maior. A sogra prefere que, por enquanto, Janaina se dedique ao filho.

Um eventual trabalho também está fora de cogitação. A única renda que sustenta a família vem do trabalho do sogro de Janaina, que é caminhoneiro. Welinton, que, apesar de adolescente, exercia trabalhos temporários na construção civil e no corte de madeira, agora está desempregado.

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