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Depois de uma semana polêmica que chegou até a trazer dúvida sobre a saída da Matimbanda às ruas de Matinhos, a bela festa feita por cerca de 400 mil pessoas que lotaram os três quilômetros da Avenida Atlântica, no último sábado, surpreendeu a todos. Um total duas vezes maior que o do carnaval de 2006. Do centro da folia, na Rua Londrina, não era possível ver onde começava ou terminava o "mar de gente" que lotava a orla. "O carnaval está muito divertido e foi muito bem organizado. O que eu não vi foi violência", avalia Veridiane Sirota, 16 anos, de Araucária.

De acordo com a Polícia Militar, nenhuma ocorrência grave foi registrada durante o primeiro dia de folia na cidade, apenas situações pequenas e corriqueiras. No começo da festa, por volta das 22 horas, uma pancada de chuva parecia que assustaria as pessoas a irem para a avenida, mas assim que o aguaceiro parou, menos de uma hora depois, a beira-mar começou a encher. A rua ficou apertada e abafada e a alternativa para muita gente foi acompanhar a festa da areia da praia. "Aqui você fica mais sossegado. Se quer, dança; se quer, senta. A gente fica livre de quem bebe. É mais tranqüilo", conta o curitibano Antonio Nelson Kosiaki, que levou até cadeiras para a família e amigos.

Também teve espaço e tranqüilidade quem comprou o abadá – novidade da Matimbanda para este ano. Uma camiseta dava o direito do folião de pular o carnaval dentro de um cordão de isolamento com seguranças ao redor do trio elétrico Canibal. A participação foi tímida; cerca de 100 pessoas preenchiam o lugar destinado a 300 ocupantes. "Tá bem animado. Aqui a gente se sente mais à vontade para dançar. É mais seguro e tem um pessoal mais selecionado", avaliam as paulistanas Sandra Kristransen, 19 anos, e Yasmin Chemin, 20 anos. "Temos mais espaço, mulheres bonitas e é mais tranqüilo", comenta o maringaense Diego Vieira, 20 anos.

Do lado de fora do cordão, as "pipocas" também se divertiram com o trio. "Tá muito bom e melhor que em outros anos. Tem mais agito", conta a curitibana Simone de Oliveira Ribeiro, 23 anos. "A corda não interfere em nada. Quem quer ter um pouco mais de conforto paga o preço", avalia Lázaro de Oliveira Junior, 33 anos, de Cornélio Procópio, uma "pipoca ousada" que driblou os seguranças e conseguiu cruzar o abadá para chegar ao outro lado. "Estou me sentindo fora da panela. O espaço (do abadá) podia ser um pouco menor, já que tem mais gente fora do que dentro", comenta o curitibano Marcelo Freire, 45 anos.

"Estamos felizes com o resultado. Nossa intenção é agradar o maior número de pessoas. Não só quem está dentro do abadá, mas todos os que estão fora também. Nossa intenção é fazer com que essa experiência atraia o interesse de outros trios para vir para Matinhos e aumente a festa nos próximos anos", comemora um dos organizadores do evento, Eduardo Cotovicz. Os comerciantes ambulantes também tiveram o que festejar. "As vendas estão boas. Surpreendeu. Já fizemos quatro viagens para buscar mais cerveja. Agora só falta vender cinco. Aí, acaba por hoje", conta a matinhense Ângela Regina Paulino, 30 anos.

Embalada pelas bandas Le Figaroo e Anauê, a folia atraiu pessoas de todas as idades. "É bem animado. Já pulei bastante", conta o curitibano João Antônio de Oliveira, 8 anos. "Está ótimo. Quando eu era nova fazia minhas fantasias e ia pular o carnaval", lembra a pontagrossense Doralice Koguta, 75 anos, que até o final da festa, às 3 horas, continuava a dançar todas as músicas.

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