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Ministro da Educação, Fernando Haddad: “Talvez tenha sido a melhor década de acesso à educação superior, tanto em termos relativos como em absolutos.” | Valter Campanato (ABr)
Ministro da Educação, Fernando Haddad: “Talvez tenha sido a melhor década de acesso à educação superior, tanto em termos relativos como em absolutos.”| Foto: Valter Campanato (ABr)

Turnos

Cursos noturnos respondem por 63% dos alunos

Seis em cada dez alunos do ensino superior no Brasil estudam à noite. As matrículas nos cursos noturnos cresceram de 56,1% para 63,5% entre 2001 e 2010.

Nas instituições federais, que concentram 14,7% das matrículas, predomina o atendimento diurno, oferecido a mais de 70% dos estudantes. Já as universidades estaduais apresentam um atendimento mais equilibrado com quase 46% dos alunos matriculados no turno da noite. No caso das privadas, os números indicam um aumento na oferta de vagas noturnas que, em 2010, corresponderam a 72,8% dos estudantes matriculados.

O perfil do aluno do ensino superior no Brasil é jovem. Em 2010, metade dos estudantes tinha menos de 24 anos e a média de idade nos cursos presencias estava em 26 anos. Já nos cursos a distância, metade dos alunos tem até 32 anos e a média de idade é 33 anos.

As mulheres continuam sendo maioria nos bancos universitários. No ano passado, 57% dos estudantes do ensino superior eram do sexo feminino, patamar que se mantém estável desde 2001.

As matrículas no ensino superior no Brasil subiram 110% entre 2001 e 2010. De acordo com dados preliminares do Censo da Educação Superior 2010, divulgados ontem pelo Ministério da Educação, o Brasil chegou a 6,4 milhões de matrículas, 173 mil delas em cursos de pós-graduação. São 29,5 mil cursos, oferecidos por 2.377 instituições. Em relação a 2009, o número de alunos aumentou 7%.

Apesar do avanço significativo na educação pública, as vagas ainda se concentram majoritariamente nas instituições privadas, com 74,2% do total de estudantes. Na última década, as matrículas nas federais aumentaram 86% e chegaram a 938,7 mil. Desde 2001, as vagas oferecidas nos vestibulares também mais que dobraram, passando de 125.701 em 2002 para 302.359 em 2010.

"No início do seu governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu dobrar o ingresso nas federais, e essa meta foi levemente superada", destacou o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Entre as instituições públicas de ensino superior, as federais respondem por 14,7% do total das matrículas, as municipais por 1,6% e as estaduais por 9,4%. "Talvez tenha sido a melhor década de acesso à educação superior, tanto em termos relativos como em absolutos, mas sobretudo em absolutos", disse.

Objetivo

A meta do governo, incluída no Plano Nacional de Educação (PNE), é atingir 10 milhões de matrículas na educação superior até 2020. Para o secretário de Ensino Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, o crescimento deverá ser maior nos próximos anos, já que a expansão das vagas nas universidades federais, iniciada em 2007, ainda não se consolidou. "As vagas nas federais duplicaram, mas as matrículas ainda estão respondendo. Quando você abre um determinado número de vagas, as matrículas só se consolidam em cinco anos [à medida que as turmas avançam]. Na educação não há respostas imediatas, mas a médio prazo", acrescentou.

Ainda que haja um aumento nas vagas das universidades públicas, o secretário considerou que não será possível atingir a marca de 10 milhões de estudantes no ensino superior sem o setor privado. Como as mensalidades ainda são inacessíveis para boa parte do público que está fora do ensino superior, a aposta do ministério é na expansão das bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Regiões

O maior crescimento das vagas no ensino superior foi nas Regiões Norte, Nordeste e Cen­tro-Oeste. No Norte, as ma­­trí­­culas cresceram 148%. No Nor­­deste, 128,5%. A participação do Nordeste passou de 15,2% de estudantes matriculados em cursos presenciais em 2001 para 19,3%, ultrapassando a Região Sul. O Norte concentra hoje 6,5% das matrículas, contra 4,7% há dez anos.

Já Sul e Sudeste perderam espaço. O Sul passou de 19,8% para 16,4% e o Sudeste, de 51,7% para 48,7%. "O ideal é que as matrículas se aproximem do porcentual da população. O Sudeste concentra 40% da população, então 48% ainda é uma concentração relativa", disse Haddad.

Educação a distância explica aumento

Segundo o Ministério da Educação, um dos fatores para o crescimento nas matrículas é o aumento da oferta de cursos a distância e tecnológicos – a modalidade à distância representou 14,6% do total em 2010.

Haddad disse que o ritmo de crescimento do ensino a distância só não foi mais forte porque o MEC controlou a alta. "O EAD [ensino a distância] só não cresce mais em função do MEC. O ministério está ditando o ritmo de crescimento do EAD para não ter o efeito da educação presencial. Não queremos que aconteça com a EAD aquilo que aconteceu nos anos 1990 com a educação presencial: crescer descontrolado e com qualidade inferior", afirmou Haddad.

Segundo ele, o porcentual de matrículas na EAD no Brasil pode ser considerado baixo em relação a outros países em que a modalidade responde por mais da metade das matrículas. Do total de alunos em cursos a distância, 426 mil estão em licenciaturas, 268 mil em bacharelados e 235 mil em cursos superiores de tecnologia (tecnólogos), de menor duração. Já na educação presencial, 3,9 milhões de matrículas estão no bacharelado, 928 mil nas licenciaturas e 545 mil na modalidade tecnológica.

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