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São Paulo - O mau tempo vai atrasar a viagem do navio que fará o transporte dos 40 contêineres de lixo doméstico e tóxico importados da Inglaterra que aportaram no país há algumas semanas. Ondas de mais de três metros de altura e ventos de 70 km/h prejudicam a entrada e a saída de embarcações do Porto de Rio Grande (RS), onde o navio está ancorado.

A previsão inicial era que o navio MSC Oriane deixasse o Porto de Rio Grande ontem, às 11h30, e chegasse ao Porto de Santos (SP) na segunda-feira, às 19 horas. O tempo de viagem entre os portos é estimado em 33 horas. Depois disso, o navio deixaria o país na terça, ao meio-dia. Com o atraso, a Com­panhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o Porto de Santos, estima que o navio deva chegar a Santos somente entre terça e quarta-feira.

Os contêineres serão devolvidos ao porto de origem, na cidade de Felixstowe, na Inglaterra. O material, apreendido pela Receita Federal, foi catalogado pela Polícia Federal, Receita Federal e pelo Ibama, e será objeto de investigação pela Polícia Federal.

Na quinta-feira, o juiz federal Antônio André Muniz Masca­renhas de Souza, da 6.ª Vara da Justiça Federal de Santos, havia determinado ao inspetor da alfândega que viabilizasse o embarque dos contêineres na sexta-feira, mas a empresa Mediter­ranean Shipping do Brasil, responsável pelo navio, solicitou um prazo maior.

"O Brasil não será a lata de lixo do planeta. Teremos um papel de protagonista nesta questão, exigindo mudança neste tipo de comportamento por parte dos países ricos", afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, neste fim de semana em visita ao Rio Grande do Sul.

Minc se reuniu no porto de Rio Grande com representantes da Receita Federal, da Polícia Federal, da Anvisa e da Superin­tendência do Ibama no Rio Grande do Sul para discutir me­­di­das de prevenção contra esse tipo de crime ambiental e definir estratégias de investigação de eventuais passivos ambientais deixados no Brasil por conta de importações de outros lixos ilegais.

Entre as medidas estão a mudança na legislação federal para enquadrar esse tipo de crime com reforço da fiscalização e participação de agentes do Ibama, Anvisa, entre outros órgãos, além de utilização de equipamento eletrônico de raio-X para identificação do material dentro dos contêineres.

Reunião

Na próxima terça-feira, Minc aproveitará uma reunião com o enviado especial dos Estados Unidos para Assuntos do Clima, Tod Stern, para discutir com ele medidas legais que possam ser tomadas para que crimes semelhantes não se repitam. Outro tema que será abordado no encontro será a Convenção do Clima, que será realizada no final deste ano em Copenhague.

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