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Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

Ponta Grossa – O Paraná tem 16.260 médicos e todo ano pelo menos mais 770 se formam em oito universidades que ofertam o curso de Medicina no estado. Para a classe médica, esse número é mais do que suficiente. Porém, para algumas universidades que pleiteiam a abertura do curso, as regiões onde elas estão inseridas carecem de mais profissionais.

Dos 11 pedidos que tramitam no Ministério da Educação (MEC), em Brasília, quatro são de instituições de ensino superior paranaenses localizadas em Curitiba, Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu. Nas duas últimas semanas, consultores do ministério visitaram as candidatas. Os pareceres devem demorar dois meses.

No início deste ano, o MEC impôs uma política mais rígida de implantação de cursos de Medicina e de Direito. A portaria 147, de 2 de fevereiro, exige estudos complementares aos processos que já estavam sendo analisados pelo ministério. "Instalações físicas, corpo docente e projeto pedagógico são analisados", explica o diretor do departamento da Secretaria de Ensino Superior do MEC, professor Mário Pederneiras. Por isso, as escolas visitadas antes da portaria estão passando por uma nova análise. Só após o parecer definitivo do ministério, é que as universidades podem abrir novas vagas no vestibular.

"Se o MEC nos autorizasse a abrir o curso amanhã, nós abriríamos", afirma o presidente da mantenedora da Faculdade União das Américas (Uniamérica), em Foz do Iguaçu, Fouad Mohamad Fakit. Com apenas seis anos, a faculdade possui 14 cursos de graduação e convênios com hospitais. O pedido para abertura do curso foi protocolado ainda em 2003. Fakit argumenta que tem o apoio da classe médica local e que sempre defendeu a instalação de um curso de Medicina na região, não necessariamente na faculdade por ele administrada. "É pela necessidade do curso mesmo", resume.

Hospital

A 143 quilômetros dali, a Faculdade Assis Gurgacz (FAG), de Cascavel, pleiteia o curso, com um forte argumento: a construção de um hospital universitário. Embora ele não seja exigido pelo MEC, o hospital daria suporte ao funcionamento do curso. "Assim que o MEC autorizar o curso nós iniciamos a construção do hospital, que deve ficar pronto em um ano e meio", aponta a diretora administrativa da FAG, Jaqueline Gurgacz Ferreira. A faculdade tem sete anos e oferece 20 cursos de graduação. O curso de Medicina seria uma opção a mais para os vestibulandos, que já têm à disposição o mesmo curso na Universidade Estadual do Oeste (Unioeste).

Outra cidade do interior que deseja formar médicos é Ponta Grossa. As Faculdades Integradas Cescage aguardam uma resposta do MEC desde 2005. "Estamos atendendo a todas as exigências da portaria", comenta a coordenadora de Educação Superior do Cescage, Jeanete de Souza. A instituição já tem cursos na área de saúde e convênios com hospitais. Se for aprovado, o Cescage terá o primeiro curso de Medicina da cidade já que, em maio de 2003, o governador Roberto Requião determinou o fechamento do curso ofertado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) alegando falta de estrutura. Com a construção do Hospital Regional dentro do câmpus da instituição, existe a esperança de que o curso seja reaberto, embora não haja confirmação do governo estadual.

Curitiba, que já conta com quatro cursos de Medicina que ofertam anualmente 512 vagas, pode ganhar mais uma escola. A Uniandrade foi visitada nesta semana pelos consultores do MEC e o reitor José Campos de Andrade está otimista. "Temos instalações privilegiadas e atendemos a todos os requisitos do Ministério", diz. Para atender os alunos com qualidade, segundo ele, a instituição está requisitando 30 vagas semestrais. O reitor não considera que o meio está saturado na capital nem no restante do estado. "O conceito de muito e pouco curso é relativo porque há cidades que estão sem médicos", analisa.

Dos 399 municípios paranaenses, 82 não possuem médicos que residem na própria cidade, conforme dados do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Paraná. No entanto, explica o Conselho, isso não significa que essas cidades estão desassistidas, pois há médicos que se deslocam para prestar atendimentos. A distribuição dos 16.260 médicos ainda é desigual. Do total de médicos na ativa, 7.640 estão em Curitiba. Para o ex-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Antônio Celso Nunes Nassif, os médicos procuram os grandes centros porque têm chance de se especializar em suas necessidades profissionais.

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