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Pedido de audiência

MEC terá que explicar baixa formação em universidade financiada pela Itaipu

Pedido de audiência com MEC foi apresentado pelo deputado Kim Kataguiri. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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O ministro da Educação, Camilo Santana, poderá ser convocado pela Câmara dos Deputados para explicar o baixo desempenho acadêmico da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), sediada em Foz do Iguaçu (PR), e que recebe financiamento da Itaipu Binacional. O pedido de convocação foi protocolado nesta segunda-feira (28) pelo deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que questiona a efetividade do uso de recursos públicos na instituição.

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Segundo dados apurados pela Gazeta do Povo, a Unila está entre as 12 piores universidades federais em desempenho de graduação, com uma Taxa de Sucesso na Graduação (TSG) de apenas 26% em 2023 — número muito inferior à média nacional, que foi de 46%. A TSG, indicador criado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mede a proporção de estudantes que conseguem concluir os cursos no tempo previsto, acrescido de um ano.

Mesmo com resultados considerados insatisfatórios, a Unila recebeu mais de R$ 800 milhões da Itaipu Binacional apenas nos últimos dois anos. Os recursos foram destinados principalmente à construção de infraestrutura, como o novo campus da universidade, mas não se refletiram em melhorias significativas nos índices de desempenho acadêmico.

“Esses dados apontam preocupações em relação à gestão dos recursos públicos, à efetividade acadêmica da instituição e à observância dos princípios constitucionais da eficiência e da moralidade administrativa”, afirma Kataguiri no requerimento, que será analisado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.

Criada em 2010, durante o governo do ex-presidente Lula, a Unila tem um projeto pedagógico voltado para a integração latino-americana. Parte das vagas da instituição é destinada a estudantes estrangeiros, especialmente da América do Sul, e os cursos são majoritariamente bilíngues. Atualmente, cerca de 40% dos alunos vêm de outros países, o que tem gerado debates sobre os custos e os resultados práticos do modelo educacional adotado.

Para o pró-reitor da Unila, professor Antônio Machado Júnior, não há uma explicação única para justificar uma taxa de sucesso abaixo da média nacional. Um dos fatores, segundo Machado Júnior, é a necessidade de mais investimentos por parte da União no ensino superior.

O ministro Camilo Santana poderá ter que se explicar formalmente à Câmara, caso o requerimento seja aprovado.

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