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O Instituto de Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação (MEC), terá de fazer uma manobra neste ano para evitar distorções no resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A mudança na maneira de inscrição para a prova – que ocorre no mês que vem – abriu a possibilidade para que jovens do 1.° e do 2.° anos também se inscrevessem no exame, que é exclusivo para quem está no 3.° ou já concluiu o ensino médio. Para evitar falhas na avaliação, o Inep vai cruzar os dados do Enem com os do novo censo da Educação Básica (Educacenso).

A confusão ocorreu porque, pela primeira vez, os estudantes ficaram responsáveis por efetuar a inscrição pela internet, sem que as escolas precisassem fazer a ratificação. Com isso, alunos do 1.° e 2.° anos se inscreveram na prova sem que houvesse um campo específico para tal indicação.

Dirigentes de duas das escolas bem classificadas no Enem de 2006, em Curitiba, têm opinião divergentes sobre o reflexo da modificação na inscrição em relação à divulgação dos resultados. Na Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), que obteve o melhor desempenho entre as instituições do estado no ano passado, o pró-reitor de graduação e educação profissional, Carlos Eduardo Cantarelli, não acredita em grande alteração. "Na nossa instituição prioritariamente são os alunos do 3.° ano que fazem o exame. São poucos dos outros anos que se interessam", diz.

Já o assessor pedagógico do Bom Jesus Centro, Ivo Lessa Filho, afirma que, dependendo da habilidade do aluno de 1.° ou 2.° ano participante do exame, pode gerar até uma repercussão negativa. O Bom Jesus Centro ficou em primeiro lugar entre as escolas particulares de Curitiba em 2006. Para Lessa Filho, seria interessante que o Inep divulgasse separadamente os resultados dos três tipos de estudantes que se submetem à avaliação: não-concluintes, concluintes e egressos.

O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, explica que a qualidade na informação dos resultados deve melhorar. "Desta vez vamos conseguir cruzar os dados por aluno devido ao Educacenso. Os resultados dos não-concluintes não serão considerados", diz. "O Enem não é pensado para os não-concluintes, mas não temos como evitar a sua participação", afirma.

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