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São Paulo – O mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, 41 anos, foi condenado a 20 anos e 8 meses de prisão por ter matado Jonatham Silva Vieira, 15 anos, em 2003, em São José de Ribamar (MA). A sentença foi proferida na madrugada de ontem. No total, Brito é acusado de ter matado 42 meninos, sendo 30 no Maranhão e 12 no Pará, onde viveu.

Conforme a sentença, Brito deverá cumprir 19 anos de prisão por homicídio qualificado e 1 ano e 8 meses por ocultação de cadáver. Como foi encontrada apenas a ossada do garoto, não foi possível determinar se o réu chegou a abusar sexualmente dele ou a emasculá-lo (retirar os órgãos genitais), como é acusado de ter feito com outras de suas supostas vítimas.

Na segunda-feira, Brito chorou ao ser interrogado pelo juiz Márcio de Castro Brandão, e disse que, quando era criança, foi espancado "até sangrar’’ pela avó materna – com quem vivia – e sofreu abusos sexuais por um homem chamado Carlito. Ao confessar ter matado o adolescente, Brito disse tê-lo associado ao seu suposto agressor. "Estava vendo o Carlito na minha frente.’’

Inicialmente, de acordo com o processo, Brito alegava que o garoto morreu após bater a cabeça em uma árvore e cair, enquanto os dois apanhavam açaí.

Quando terminou a sessão, o advogado de Brito, Erivelton Lago, afirmou que não pretende recorrer da sentença nem acompanhar o réu nos próximos julgamentos.

Uma das testemunhas do processo ouvidas pelos jurados foi a mãe do garoto, Rita de Cássia Vieira. Em um depoimento emocionado, ela disse ter visto o filho pela última vez no dia 6 de dezembro de 2003. "Percebi que tinha algo estranho com meu filho, mas não pude conversar com ele, pois estava atrasada para o trabalho.’’

Segundo o Tribunal de Justiça (TJ) do estado, na mesma noite a mãe soube que o menino havia desaparecido após ter sido visto com o réu.

A irmã do mecânico, Eliane Rodrigues de Brito, também prestou depoimento e falou sobre a infância dele. Ela confirmou que o irmão apanhava da avó. A psicóloga forense Maria Adelaide Freire Caires, também ouvida na terça, afirmou que o mecânico sofre de perturbação mental com transtorno de personalidade. Para ela, Brito possui uma capacidade reduzida, mas que é suficiente para que ele saiba que sua ação é criminosa, de acordo com informações do tribunal.

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