A médica Neusa Massaoka, responsável pelo Consultório Oftal­mológico Monsenhor, nega as declarações dadas pelos funcionários da ótica Visomax, de que há uma parceira com a rede de lojas. Ela diz que vários médicos prestam atendimento no local durante a semana, quando não estão em seus próprios consultórios. Neusa garante que os profissionais não têm vínculo ou parceria com óticas e diz que eles não utilizam o consultório como fonte de renda complementar.

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"De fato, houve uma procura muito grande não só da Visomax, mas de outras óticas, perguntando se não poderíamos fazer um preço mais em conta, já que pelo SUS [Sistema Único de Saúde] as consultas demoram vários meses", afirma. "Acabamos nos sen­­­­sibilizando e aceitamos atender pessoas mais humildes por um preço mais em conta." Segundo ela, os R$ 15 são cobrados para cobrir despesas com a secretária que trabalha no local e o aluguel da sala.

Para a médica, não há conflito ético no fato de a ótica indicar o consultório. "A única coisa que fazemos é uma consulta para pessoas carentes que não têm condições de fazer um tratamento médico", reforça. Sobre a receita sem identificação, a médica diz que a colega que fez a prescrição "deve ter esquecido" de preencher os dados.

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Após ser contatada semana passada pela reportagem, a secretária do consultório retornou ontem a ligação afirmando que a médica havia deixado uma nova receita, desta vez com nome e registro profissional. A Gazeta tentou contato, desde a última quarta-feira, com a médica que fez o exame, sem sucesso.

A reportagem tentou contato também, desde a semana passada, com o diretor da Visomax, Francisco Horta Neto, e a gerente comercial da rede, Rose da Silva. Os funcionários se negaram a passar telefones celulares. Os dois não retornaram as ligações até o fechamento desta edição.

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