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Em assembléia realizada na noite de terça-feira, os médicos do serviço público de Pernambuco não aceitaram a última proposta de reajuste salarial e decidiram deixar seus cargos a partir de sexta-feira. De acordo com o Sindicato dos Médicos do Estado (Simepe), são cerca de 400 profissionais - a maioria de emergências de hospitais públicos estaduais, além de cirurgiões eletivos - que já encaminharam seus pedidos de exoneração e não mais irão ao trabalho.

Há ainda possibilidade de negociação, mediada pelo Ministério Público do Estado (MPE). O objetivo é evitar o caos. A Secretaria estadual de Saúde informou, em nota, que 19 profissionais faltaram ao trabalho ontem nas três principais emergências de Pernambuco - Hospital da Restauração, Otávio de Freitas e Getúlio Vargas - e apelou para que os profissionais voltassem hoje ao seus postos. O procurador-geral do Estado, Tadeu Alencar, destacou o que uma ausência em massa pode criar e lembrou às entidades médicas sua responsabilidade com as vidas.

O vice-presidente do Simepe, Silvio Rodrigues, disse que não é de agora que a categoria sofre com insuficiência de profissionais e péssimas condições de saúde. Diante do quadro de caos já instalado - segundo ele com gente sendo internada no chão, emergências superlotadas e ambiente insalubre - recorreram à Justiça, em julho, e conseguiram liminar que assegura a todo paciente que venha a correr risco em uma emergência pública e não tenha condição de atendimento seja levado a um hospital particular, com ônus financeiro para o Estado.

Rodrigues afirmou que mesmo que se venha a conseguir um acordo salarial, o Simepe vai continuar lutando pelo cumprimento da liminar, até agora desconsiderada pelo governo estadual. A última proposta do governo foi de aumento de 24% para os plantonistas - os vencimentos subiriam para R$ 3,6 mil - e 21% para os diaristas - chegariam a R$ 2,3 mil. Os médicos querem isonomia salarial dos plantonistas com os neurocirurgiões, que, desde o ano passado, tiveram seus salários elevados para R$ 5,7 mil. Para os diaristas, reivindicam um salário de R$ 3,4 mil.

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