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A adoção de políticas públicas poderia estimular e até forçar a alimentação saudável, acreditam médicos. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Thiago Trindade, uma medida eficaz seria a obrigatoriedade de um cardápio saudável nas escolas públicas e privadas. "As crianças passam metade do dia na escola e seria fundamental que lá fossem oferecidos alimentos saudáveis". Ele ressalta que o controle desde cedo é o melhor remédio para evitar futuras doenças causadas pelo colesterol alto.

Trindade recebe cada vez mais pacientes conscientes da necessidade do hábito mais saudável à mesa. Entretanto, ele alerta que a pobreza é o principal obstáculo para quem quer transformar a teoria em prática."Vemos pacientes dizendo que têm buscado alimentos mais saudáveis, mais ricos em fibras, com menos gordura. Mas vemos que as pessoas de classes sociais mais pobres não têm tanto acesso às saladas, frutas, têm menos condições de fazer exercícios físicos e costumam comprar os alimentos mais baratos, ricos em gorduras e carboidratos", lembra o médico.

O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, João Bastos Freire Neto, defende o estímulo ao consumo de alimentos saudáveis por meio de isenções fiscais. "A população tem acesso à alimentação de baixa qualidade, porque é mais barato. Por que temos tanto imposto sobre alimentos como o arroz e o feijão? A isenção de impostos para alguns alimentos de alta qualidade teria um efeito muito maior no consumo saudável", argumenta. "Temos uma cultura de alimentação básica de alta qualidade – arroz, feijão, carne, peixe, frango e salada – mas estamos deixando que nossa cultura se perca, por questões que poderiam ser revistas. O custo para a saúde da população e para o país é muito alto", alertou Freire Neto.

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