Protesto na última terça contra medidas do governo federal| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Parado na véspera

Médicos do Hospital Evangélico, em Curitiba, se anteciparam ao protesto nacional da categoria e paralisaram os atendimentos desde ontem. Apenas serviços de urgência, emergência e curativos em pessoas queimadas serão realizados até o fim da paralisação. Os demais procedimentos marcados estão sendo transferidos para a próxima semana.

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Balanço

Programa Mais Médicos cobre 30% da demanda das cidades

Folhapress

Até a meia-noite de domingo, 4.657 médicos haviam concluído a inscrição no programa Mais Médicos, que pretende levar profissionais a cidades do interior do país e a periferias de grandes municípios.

O número, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, indica que a primeira rodada de inscrições pode cobrir até 30% da demanda feita por prefeitos de todo o país. Pelo Mais Médicos, as cidades pediram 15.460 médicos ao governo federal.

Do total de inscritos, 3.891 são médicos que já atuam no Brasil. Os demais, 766, têm registros profissionais em outros países (podendo ser estrangeiros ou brasileiros).

Os dados revelam que pouco mais de 25% dos 18.450 médicos que fizeram a pré-inscrição para a primeira rodada do programa finalizaram o cadastro e estão aptos a serem deslocados a cidades com falta de profissionais.

Para os médicos brasileiros a inscrição está encerrada; os médicos que atuam no exterior, minoria entre os pré-inscritos, ainda têm até o dia 8 de agosto para fazer o cadastro. Outra rodada de inscrições está prevista para ter início em 15 de agosto.

Críticas

Para o CFM, o fato de apenas 25% dos médicos pré-inscritos terem confirmado a intenção de participar do programa confirma "a decepção dos candidatos com a proposta". Em nota, o conselho critica o que vê como fragilidades do programa, falta de condições para o exercício da medicina e a inexistência de direitos trabalhistas.

Os médicos do Paraná prometem paralisações e protestos nas redes de saúde pública e privada entre hoje e amanhã em pelo menos 13 cidades do estado. Em Curitiba, um ato público está marcado para a manhã e uma panfletagem deve ser feita à tarde. Os organizadores das ações dizem que o atendimento de urgências e emergências não será afetado, mas que consultas e procedimentos eletivos deverão ser transferidos.

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O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) é uma das entidades que organizam o protesto. Conforme a assessoria da entidade, a ação é parte da mobilização nacional dos médicos, que na última quarta-­feira afetou hospitais em 13 estados. Em Curitiba, atendimentos eletivos foram transferidos e causaram transtornos aos pacientes de hospitais públicos.

O manifesto é organizado em conjunto pela Associação Médica do Paraná (AMP), o Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) e o Conselho Regional de Medicina (CRM). No último dia 23, a Secretaria Municipal de Saúde e os hospitais Cajuru, Evangélico e Hospital de Clínicas relataram que parte dos procedimentos agendados fori adiado.

Os protestos se dirigem, principalmente, contra três po­­sicionamentos recentes do governo federal: os vetos da presidente Dilma a alguns pontos do chamado Ato Mé­­dico; à medida provisória que aumenta para oito anos o tempo do curso superior de medicina; e à não exigência de que médicos estrangeiros passem pelo exame de revalidação do diploma, o Revalida.

Movimento nacional

Os atos de protesto devem ocorrer em pelo menos 20 estados. Segundo a Federação Nacional dos Médicos (Fe­­nam), devem parar: Acre, Ama­zonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. Também há previsão de protestos em: Bahia, Maranhão, Pará e Piauí. Não há informações sobre Alagoas, Amapá e Roraima.

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No dia 8 de agosto, está programada uma marcha a Brasília, quando haverá audiência pública sobre o Mais Médicos no Congresso Nacional. Após 10 de agosto, poderá ocorrer uma greve por tempo indeterminado, no caso de os médicos entenderem que não há avanços no movimento.