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Além da cobrança nacional sobre o governo federal por reposição na bolsa de estudo, os médicos residentes do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba, o maior do estado, elaboraram ontem uma lista de reivindicações pontuais a ser discutida com a direção do hospital. Entre as questões está a supervisão do trabalho, a carga horária e a infra-estrutura que o HC disponibiliza a seus 230 médicos residentes.

Uma das reivindicações do ofício entregue ontem pela Associação dos Médicos Residentes do HC (Amerehc) à direção do hospital é a exigência da supervisão exclusiva de um médico da especialidade em cada residência. "Na Clínica Médica, por exemplo, às vezes o trabalho é coordenado por cirurgiões", exemplifica Pedro Henrique Almeida, presidente da Amerehc. Na residência de Psiquiatria, outro problema. De acordo com Almeida, o HC descumpre a lei federal que exige leitos para pacientes psiquiátricos.

Insuficiente

Em termos de infra-estrutura, o presidente da Amerehc aponta a falta de locais para descanso e estudo dos médicos residentes. "Como os alojamentos não são suficientes, muitas vezes o residente tem que descansar nas macas", aponta. Almeida ressalta ainda que não há no HC uma biblioteca para os médicos residentes e nem um local de convívio, onde eles possam trocar experiências sobre o dia-a-dia do trabalho.

A diretora de assistência do HC, Mariângela Honório Pedrozo, afirma que todas as reivindicações serão discutidas com a direção. Uma mesa de negociação está sendo montada com quatro representantes da direção do hospital e quatro dos estudantes para tentar contornar os problemas.

Sobre o atendimento, Mariângela afirma que a paralisação não afetou gravemente à população. "Os médicos que são funcionários do HC trabalharam um pouco mais para compensar a ausência dos residentes", afirma. Os pacientes que não puderam ser atendidos foram encaminhados às unidades municipais de saúde. Algumas cirurgias que não eram de emergência também foram canceladas.

Nacionalmente, a classe faz movimento de paralisação desde o começo do mês em busca da reposição de 50% da inflação na bolsa de estudo, atualmente de R$ 1,4 mil. Entretanto, o Congresso aprovou apenas 30% de reajuste – a proposta foi para aprovação do Senado. No HC, 30% dos residentes estão parados. O restante faz apenas atendimentos de urgência e emergência. Na segunda-feira a Amerehc fará uma assembléia geral para decidir se continua a greve.

Londrina

Os residentes do Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) decidem terça-feira se voltam ao trabalho após aderirem ao movimento nacional de greve na última quinta-feira. Dos 130 residentes do HU, 90 estão parados. Eles reclamam da carga horária de trabalho. Em vez das 60 horas semanais estipuladas pelo Programa Nacional de Médicos Residentes, a média está em 80 horas semanais.

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