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Embora ainda não haja previsão de paralisação no Paraná, a classe médica já começou a se mobilizar em relação à remuneração dos procedimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo, informou ontem que está fazendo contatos com parlamentares para tentar reajustar os valores. "Fazemos isso em defesa da população, que é afetada quando o médico precisa ter dois ou três empregos para se manter", afirma. O objetivo é conseguir o compromisso dos parlamentares em relação à regulamentação da PEC (proposta de emenda constitucional) 29, que determina que pelo menos 12% do orçamento dos estados seja destinado à saúde. No Paraná, o governo vem investindo apenas 8%.

Segundo Macedo, os valores pagos pelo SUS não são revistos desde 1999. Atualmente um médico recebe R$ 2,04 por uma consulta normal e cerca de R$ 7 por uma consulta especializada. "Esses valores estão defasados e inadequados", afirma. Macedo explica que todos os procedimentos médicos têm um valor mínimo, determinado pela Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. Os valores foram estipulados a partir de estudos de 54 sociedades científicas e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Econômicas. Segundo Macedo, alguns planos de saúde pagam 100% desses valores, outros um pouco menos, mas em média para uma consulta normal o médico recebe de R$ 42 a R$ 50. "Se no SUS fossem aplicados 20% a 30%, o médico já receberia pelo menos R$ 10", diz.

A mobilização ocorre também em outros estados. Em Fortaleza (CE), depois de mais de um mês parados, cardiologistas que atendem pelo SUS em quatro hospitais privados decidiram ontem que vão atender apenas casos de emergência. Ele só suspenderão a greve quando os valores da tabela do SUS forem reajustados.

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